My name is Bourne, Jason
Bourne (pelo menos até ver…)
Esqueçam Bond, James Bond e os últimos argumentos infantis,
estafados, a roçar a indigência. Pelo menos o quinto filme de Bourne alinhava
bem as pontas e faz esquecer os erros. Temos herói, de identidade trocada mas herói.
Temos alguma história a tocar temas que até parecem modernos.
Tudo o que gostaríamos de saber sobre a CIA mas temos vergonha
em perguntar.
Tudo o que gostaríamos de saber sobre a privacidade das redes
sociais mas suspeitamos já ter a resposta.
Tudo o que gostaríamos de saber sobre a factura que o
bate-chapas do automóvel nos vai apresentar mas nem queremos olhar.
Ainda, um Tommy Lee Jones muito mau; um Matt Damon muito bom e
resistente a quedas e embaraços; um Vincent Cassel terrível e sanguinário; uma
bournegirl Julia Stiles híper-activista mas que termina menos bem no reboliço
de Atenas; uma bournegirl Alicia Vikander híper-séria que dá uma ajuda interesseira
(ou talvez não) na muito iluminada Las Vegas. Um genérico final graficamente eficaz
acompanhado por uma aparentemente moderna-retro canção de Moby.
No final, após uma conta calada de sucata e muitas balas
pouco perdidas, socos e electrões por satélite, traições e contra-traições,
vamos para casa encalorados e satisfeitos, a pensar no mundo e nas suas armas se
Donald Trump tem a ousadia de ganhar em Novembro.