domingo, 13 de maio de 2018

Sobre a apresentação do nº 2 da revista «A Morte do Artista». Biblioteca Palácio Galveias, em Lisboa. 26 Maio 2018, 16h30





























Não vivo de sonhos.
Talvez sejam os sonhos que, em sua etérea matéria, vivam de mim. Esqueço-os quando acordo.
Prefiro milagres.

Em 2017, 13 de Maio, Lisboa, Biblioteca Camões, um grupo de peregrinos (Carina Bernardo, Fernanda Cunha, Firmino Bernardo, João Eduardo Ferreira, Manuel Halpern e Paulo Romão Brás) – autodenominando-se «A Morte do Artista» por andarem a vender os próprios livros e demais artes –, resolveram atribuir um prémio literário ao escritor Mário de Carvalho, assim, porque sim, sem o apoio de bancos nem de tamancos, sem academias nem editoriais epidemias. Só porque a nossa leitura merece a elevação de tal escrita e nesta se vai enraizando, lançando felizes caules e flores ou possíveis frutos.

Um ano depois, o milagre reavalia-se a si próprio, deseja voltar e chama à liça, para premiar a sua obra maravilhosa e infinita, lógica e ilógica, real e fantasista, Gonçalo M. Tavares. O segundo número de «A Morte do Artista» aí estará consubstanciado em letras de papel para que todos o possam ver e ler na dimensão de «O Outro», o tema escolhido para a presente edição. O Outro que, afinal, todos nós também somos.

A abrir, a história tentada de Jonathan, original, de Gonçalo M. Tavares.
Fernanda Cunha escreve ao Senhor Swedenborg, contrariando-o respeitosamente. Mais à frente, escreverá do fardo e do fado em que se tornou a humanidade para o homem.
Da Galiza e em galego fala Yolanda Castaño sobre a linguagem do mar e do quase amor. Das palavras que alguém ainda teria para dizer.
Porque os desenhos também são para ler, chamamos para nos ilustrar a leitura da antropo-metamórfica silhueta artística de Rui Vitorino Santos.
Da sorte consabida de Sacha e Sansão sabe Firmino Bernardo. Do azar de Lear e da respectiva descendência tecnologicamente dramática, também.
Vem da fadista de erudição mais veemente, Aldina Duarte, a sua primeira ficção aqui publicada.
Da Catalunha e do catalão chega a crónica do quotidiano ou o quotidiano de uma crónica, de Joan Casas.
Mas de Pedro Vieira não temos o desenho mas a fatalidade do amor: «Lia-o como se morresse».
Faustino Antão relembra Miranda: «L outro, eigual na çfrença». Outras diferenças, outras ficções, outras viagens, estão na escrita psicológica de Nuno Filipe Oliveira e no realismo narrativo de António Silva.
Sobre a distância da saudade, sobre o Verão do Inverno, sobre a eterna dúvida: ‘será que o outro já é outro?’, sobre o romantismo em outros lugares, o lucro da linguagem em ilhas distantes, fala Manuel Halpern.
Finalmente, da filosofia de Gonçalo Marcelo recebemos a reflexão vital sobre o desnorte norteado e a hierarquia truncada da linguagem e da literatura do escritor consagrado. «A bússola de Gonçalo M. Tavares».
Tudo acarinhado pelo grafismo, na capa, contracapa e páginas centrais, na inquieta gravidade, na serena expectativa das artes de Paulo Romão Brás.

Não haverá sonhos em noites de Verão que não se esqueçam, mas deste milagre recorrente haverá muito para ler e olhar, que das minhas linhas nele incluídas eu aqui não comento.

Basta comprar a revista por 4,00 euros, disponível a partir do dia 26 de Maio.

Deixo, então, um abraço grande até esse dia 26 de Maio de 2018, um sábado luminoso, pelas 16h30, na Biblioteca Palácio Galveias, Campo Pequeno, em Lisboa. A entrada é livre e para todos. Daremos o prémio com a presença do escritor. Lancharemos e brindaremos à vida, às artes e à literatura também. Estaremos felizes por esta realidade. Milagre? Também sonho permitido.

amortedoartista.wordpress.com
mortedoartista@gmail.com
facebook/amortedoartista

jef, maio 2018

3 comentários:

  1. "Não vivo de sonhos.
    Talvez sejam os sonhos que, em sua etérea matéria, vivam de mim. Esqueço-os quando acordo.
    Prefiro milagres"

    És um homem do maio de 68, está visto! Até sábado 26.
    miguel henriques

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  2. Eu estava lá! barricada Boulevard St. Michel. à esquerda ao pé das pedras!

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  3. E a partir de amanhã temos o nosso amigo eme no cinema! A fazer dele próprio, tal como o E.Lourenço e a Pilar. Deve ser qualquer coisa de nos fazer parar o corpo e acelerar a cabeça. Acho que dá hoje na rtp1 um excerto.
    mh

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