«Todas Estas Mulheres»
parece ser um título mais próximo do original e mais
adequado a esta espécie de comédia delirante e aparentemente tola mas com muito
que se lhe diga.
Mas o título português tem a sua ciência!
Aqui se narra o que acontece a um violoncelista virtuoso,
mulherengo, vaidoso e corruptível, quando recebe em casa o seu biógrafo, crítico
de renome, ambicioso, cínico e igualmente corruptível, que só dirá bem do
músico se ele apresentar publicamente uma peça inédita de sua autoria… No centro, as suas seis
mulheres que se tornarão seis viúvas correndo num cenário de papelão como um enorme
bolo de noiva.
Toda a verdade sobre a Arte e a Crítica, o Homem e a Mulher, o
Amor e a Inveja, em versão burlesco: Charlie Chaplin, Billy Wilder, Ernest Lubitsch…
Pois é verdade: temos perseguições à volta da árvore em
câmara rápida, bolos de creme na cara, quedas aparatosas em lagos. O ridículo e
o riso como modo de reflexão. Este filme encerra o mundo de Ingmar Bergman por
inteiro. Descobri-lo é o mais divertido!
Enfim, só não se entende ser a cópia digital «pixelizada»
imprópria para projecção em grande ecrã.
jef, julho 2015
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