Como
muito bem diz um amigo meu, o ápice do filme está no final da primeira parte /
primeiro acto: “Defying Gravity”. Toda a luminosidade cénica, o apuro
coreográfico, a ironia do enredo, a estratégia épica da intriga e a definição
moral da história está contida na primeira parte. Inclusive, apenas um pequeno
apontamento de Dorothy, de Toto, do Homem de Lata, do Espantalho e do Leão
Medroso. Como aparição fugaz surgem ali caminhando ao longe pela Estrada de
Tijolos Amarelos. Mas, afinal, esta será a história que antecede e compreende
todo o pesadelo, o delírio febril que Dorothy sofre em «O Feiticeiro de Oz»
(Victor Fleming, 1939).
Por
isso, estranho a diminuição da estratégia dramática, algo confusa para mim
(mesmo até musicalmente, esta por pouco apelativa relativamente a toda a parte
anterior), com a aparição explicativa do Homem de Lata, do Espantalho ou do
Leão Medroso, já que a Dorothy surge apenas como uma sombra para a enfrentar
finalmente a Bruxa do Oeste. Também no desmascarar do Feiticeiro, na acusação
da Madame Morrible, ou mesmo na diminuição da personalidade justiceira de
Elphaba e na construção da agora séria, vencedora e magnânima Glinda.
Fica-nos, isso sim, a poderosíssima presença de Cynthia Erivo. A verdadeira feiticeira do
musical.
jef, novembro 2025
«Wicked:
Pelo Bem / Parte 2» (Wicked: For Good / Part 2)» de Jon M. Chu. Com Cynthia
Erivo, Ariana Grande, Jeff Goldblum, Michelle Yeoh, Jonathan Bailey, Ethan
Slater, Marissa Bode, Peter Dinklage, Andy Nyman, Courtney Mae-Briggs, Bowen
Yang, Bronwyn James, Aaron Teoh Guan Ti, Shaun Prendergast, Keala Settle,
Stephen Schwartz, Idina Menzel, Kristin Chenoweth, Sharon D. Clarke, Jenna
Boyd, Colin Michael Carmichael. Argumento: Winnie Holzman e Dana Fox segundo o
romance de Gregory Maguire e o musical de Winnie Holzman. Produção: David
Stone. Fotografia: Alice Brooks. Música: John Powell e Stephen Schwartz.
Guarda-roupa: Paul Tazewell. Cenografia: Lee Sandales. EUA, 2025, Cores, 137
min.




Sem comentários:
Enviar um comentário