sábado, 10 de setembro de 2022

Sobre o livro «Duffy» de Dan Kavanagh. Puma Editora, Bolso Negro n.º 16, 1993 (1980). Tradução de Paula Reis. Capa de Vasco Eloy.


 









Por estes dias enlutados, certamente, o Soho londrino não será como vem aqui descrito. Também não será como Dan Kavanagh o narra em 1980. Passaram 42 anos. Ruas estreitas ligadas por logradouros, corredores, armazéns manhosos e esconsos mal frequentados, apresentando sex-shops, peep-shows, salões de massagens e cinemas pornográficos para clientes envergonhados mas ávidos de prazeres fugazes.

Nick Duffy é contactado para solucionar um caso de chantagem iniciado com um assalto à casa de Brian McKechnie. Na véspera, o que fizeram a Rosie McKechnie e ao seu gato não tem explicação. Contudo, McKechnie não é inocente e Duffy, com o nome de Mr. Wrigth chega muito perto do chantageador. Afinal, este, Salvatore não é mais do que Martoff, o mais hediondo e perverso magnate da pornografia londrina. Aquele que, anos atrás, ajudou a tramar o incorruptível Duffy fazendo com que este fosse expulso da polícia, num caso onde foi manipulado usando o facto de Duffy ser bissexual.

As cenas são fortes, os cenários asfixiantes, os pormenores bem descritos. Ficamos a gostar de Duffy.

Não há duvida que Dan Kavanagh, aliás Julian Barnes, escreve mesmo bem.

 

jef, setembro 2022

 

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