quinta-feira, 12 de novembro de 2015

Certezas











Certezas, certezas, parece difícil hoje em dia obtê-las.
Em supermercados, grandes superfícies, lojas de chineses ou de paquistaneses? Na mercearia da D.Antuérpia?
Mesmo por bom dinheiro já ninguém pode ter a certeza de que está a adquirir uma boa certeza. Dessas, fidedignas, com garantia, certificadas, prontas a serem usadas para todo o serviço, em todas as ocasiões… Para sempre!
Isso era outra época. Uma era tão recuada que fazem com que esses anos estejam enterrados agora em fetos arbóreos e grandes répteis herbívoros. Nessa altura, todos tinham a certeza de que sobreviveriam. Não havia dúvidas, raras vezes se enganavam.
As coisas eram diferentes nesse tempo. Os homens deitavam contas à vida, compravam o jornal pela manhã, tinham um livro de cheques no bolso do casaco, despediam-se das esposas que vinham acenar à porta, amorosas, de roupão e rolos na cabeça. Depois, dirigiam-se para o trabalho, certos que este duraria até ao final da vida. Feliz. Nem valia a pena olhar a televisão mais ou menos a preto e branco com guerras mais ou menos frias e continentes mais ou menos quentes e biquínis mais ou menos ilhas e cogumelos mais ou menos atómicos.
Belos tempos!
Mas olha no que deu tanta exuberância, tanta certeza…
Hoje as coisas não são bem assim. Empregos para mais de um ano são raros, as esposas não sorriem e as crianças não são educadas, nem andam bem vestidas, nem andam bem penteadas. Até a natureza parece andar destrambelhada!
Um Horror!
E o pior é que os outros sorriem e vêm dizer que assim é que as coisas devem ser. O sorriso dos tolos é a prova de que julgam ter a certeza absoluta das parvoíces que andam a dizer. Os imbecis!
Oh, meu Deus! Como é que este país há-de algum dia ir para a frente?
Que saudades tenho eu dos dinossauros excelentíssimos!

jef, novembro 2015

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