O
sonoro cheiro das sebentas escolares.
Digam
o que disserem, existe uma poalha de liberdade, um laço perene de criatividade,
deixados ao acaso pelas sebentas escolares. Um cheiro único e sedimentar nos
riscos que cobrem a atenção que não é dada às aulas, às matérias, às vozes. Um
silêncio único que é coberto de esferográfica, lápis de cor, grafite, tinta, e
que vai dançando pelas folhas pautadas através de uma concentração muito especial. (Quem
nunca dançou não sabe o poder dessa ‘ausência’). Um vácuo terno e caloroso em
cada uma das pautas que poderia estar atafulhada de fórmulas teóricas e
demonstrações dogmáticas.
Não
é rebeldia mas, pura e simplesmente, Liberdade! Coisa única para o homem e respectiva
sobrevivência. É esta a demonstração oferecida pelo recente livro de André
Ruivo. «break dance».
Mas
tomem atenção, muita atenção!
Não
leiam estas ilustrações como desperdício infantil que ocupa muito do espaço
psicanalítico da Arte com redes paternalistas de segurança ou acusações iradas
contra um passado qualquer. As páginas finais, suspensas nos traços compactos
de esferográfica preta, são dessa história prova e redenção!
As
pontes executadas pelos traços, ilusoriamente descomprometidos e insconscientes, lançam para
dentro de nós as hifas de um futuro que gostamos de ter na mão. Doa a quem
doer!
jef,
novembro 2015
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