Da bela cidade de Moscovo, das suas criadas de servir e de
todo o campo que ela contém.
Do seu acordar, da sua limpeza, de tanto tráfego e de um pato
que se sente perdido mas não está.
Da complexidade de um prédio que não deve ter lenhadores a
rachar toros nos patamares.
Também da hipocrisia da pequena burguesia que é bem mais complicada
que a consciência de classe do proletariado em organização sindical.
Da importância das cabeleiras postiças para o êxito da
Revolução Francesa e do teatro para a diversão da sociedade. [Beaumarchais e Fígaro
sabiam mais de revoluções que muitos políticos juntos!!]
Da importância da Revolução Russa e da mobilização para as
eleições municipais.
Do humor mais louco, da justiça mais cabal, da mais furiosa criatividade.
Da arquitectura de um cenário vertical prodigioso e de uma
encenação extravagante, insólita, modernista, como um bailado tonto entre roupa
estendida, lixo pelos cantos, dois gatos fugitivos e um cão escanzelado.
Da Liberdade pura e simples!
jef, maio 2016
«A Casa na Praça Trúbnaia» (Dom Na Trubnoy) de Boris Barnet.
Com Vera Maretdkaya, Vladimir Fogel, Yelena, Tyapkina, Sergei Komarov. URSS,
1928, P/B.
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