sexta-feira, 10 de novembro de 2017

Sobre o filme «Peregrinação» de João Botelho, 2017

















Existe qualquer coisa neste filme de inconsistente ou, talvez, de insólito …. De fragmento. De trágico. De cómico. De narrativa quebrada. De filme musical que não deixa de ser filme híper-romântico. De beleza extrema que contraria a fábula dos cenários e das paisagens fantásticas, sem nunca se contagiar com o degradante «efeito especial».

Um grande amigo meu lembrava bem e eu respondia: «Tens razão, Adriano! Sim, “Os Canibais” de Manoel de Oliveira!».

O livro também é assim! Fragmentado, louco e ilegível (porque já ninguém o lê!), totalmente visível por ser das narrativas mais cénicas, mais deslumbrantes, mais cabriolescas, mais inventivas e mentirosas de sempre.

João Botelho é exímio a fazer teatro. Faz de cenários reais, do mar imenso e dos marinheiros cantantes, uma ópera para deslumbrar o São Carlos.

E «insólito» pode ser sinónimo de «inconsistente»? Fernão Mendes, que Minta!

jef, novembro 2017

Botelho, João “Peregrinação”. Cláudio da Silva, Luís lima Barreto, Ricardo Aibéo, Jani Zhao, Catarina Wallenstein, Rui Morisson, Cassiano Carneiro, Pedro Inês, Maya Booth e Zia Soares, Marcello Urgeghe, João Cabral. Música: Fausto, Daniel Bernardes e Luís Bragança Gil. Portugal, 2017, Cores. 109 min.

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