A palma da mão aberta
sobre o Mundo que confunde a cauda com a língua. Um Comboio interminavelmente
lento delicia-se a esmagar, perna por perna, braço por braço, Quem já não se
levanta. O Maquinista sequioso agita o boné ao vento nefasto e reclama todos os
Meios para que se chegue ao Fim da linha. E triunfa. Lá, na estação última, está
o Chefe da Banda, galante e oleoso, para outorgar-lhe a medalha de Morte.
Assim, satisfeitos, chegam para o Festim a ser servido na Cantina dos ferroviários
defuntos. Martini break. Hors-d’oeuvre gourmet. Bebem e comem até se sentirem a
chafurdar nas palavras da Conveniência. Deitam-se depois a dormir a sesta mas
não sabem para que lado o devem fazer, como a serpente que confunde, por
Sistema, a cauda com a língua. Recusam mostrar as palmas das mãos ao Mundo e
não sonham que têm plantas nos pés.
Jef, maio 2015
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