domingo, 24 de maio de 2015

O comboio do triunfo


 

 
 
 
 
 
 
 
A palma da mão aberta sobre o Mundo que confunde a cauda com a língua. Um Comboio interminavelmente lento delicia-se a esmagar, perna por perna, braço por braço, Quem já não se levanta. O Maquinista sequioso agita o boné ao vento nefasto e reclama todos os Meios para que se chegue ao Fim da linha. E triunfa. Lá, na estação última, está o Chefe da Banda, galante e oleoso, para outorgar-lhe a medalha de Morte. Assim, satisfeitos, chegam para o Festim a ser servido na Cantina dos ferroviários defuntos. Martini break. Hors-d’oeuvre gourmet. Bebem e comem até se sentirem a chafurdar nas palavras da Conveniência. Deitam-se depois a dormir a sesta mas não sabem para que lado o devem fazer, como a serpente que confunde, por Sistema, a cauda com a língua. Recusam mostrar as palmas das mãos ao Mundo e não sonham que têm plantas nos pés.
Jef, maio 2015

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