No princípio existia a guerra.
Suspender o verbo da guerra, acção a acção, plano a plano, imagem
a imagem, concedendo o tempo necessário ao espectador para
compreender-não-compreender esse estado da humanidade que deu a si própria os piores pesadelos
e as melhores páginas literárias. Eis o paradoxo resolvido por «Roma, Cidade
Aberta».
Como se constrói um filme assim, com película 35 mm comprada
na rua e sem poder revelar-se o que vai sendo filmado? Estamos em Roma!
Estamos em 1945!
Quem esquecerá o olhar de Anna Magnani e, logo de seguida, a
corrida e a queda de Pina? Uma das cenas que marcam a memória da história do
cinema!
Quem negará a estética exacta de cada um destas cenas? De
quantos planos rápidos é composta cada uma? (Quantas portas se fecham neste filme e quantas são deixadas abertas?) Um enorme filme de aventuras!
Um filme perfeito!
jef, maio 2015
«Roma, Cidade Aberta / Roma Città Aperta» (1945) de Roberto Rossellini. Aldo
Fabrizi, Anna Magnani, Marcello Pagliero, Francesco Grandjacquet, Vito Annchiarico,
Nando Bruno, Harry Feist, Maria Michi, Giovanna Galletti.
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