domingo, 3 de maio de 2015

Sobre o filme «Roma, Cidade Aberta» (1945) de Roberto Rossellini



No princípio existia a guerra.

Suspender o verbo da guerra, acção a acção, plano a plano, imagem a imagem, concedendo o tempo necessário ao espectador para compreender-não-compreender esse estado da humanidade que deu a si própria os piores pesadelos e as melhores páginas literárias. Eis o paradoxo resolvido por «Roma, Cidade Aberta».

Como se constrói um filme assim, com película 35 mm comprada na rua e sem poder revelar-se o que vai sendo filmado? Estamos em Roma! Estamos em 1945!

Quem esquecerá o olhar de Anna Magnani e, logo de seguida, a corrida e a queda de Pina? Uma das cenas que marcam a memória da história do cinema!

Quem negará a estética exacta de cada um destas cenas? De quantos planos rápidos é composta cada uma? (Quantas portas se fecham neste filme e quantas são deixadas abertas?) Um enorme filme de aventuras!

Um filme perfeito!

jef, maio 2015

«Roma, Cidade Aberta / Roma Città Aperta» (1945) de Roberto Rossellini. Aldo Fabrizi, Anna Magnani, Marcello Pagliero, Francesco Grandjacquet, Vito Annchiarico, Nando Bruno, Harry Feist, Maria Michi, Giovanna Galletti.

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