Não temos medo do futuro.
Imaginemos James Stewart e Grace Kelly, uma perna partida à
frente de uma janela. Jean-Paul Belmondo e Jean Seberg, o Herald Tribune nos
Campos Elísios. David Hemmings e Vanessa Redgrave, a fotografia a revelar uma
aparição pouco clara.
Imaginemos agora Evgeniya Uralova (Lena) e Aleksandr
Belyavskiy (Volodya) na resplandecente aparição em «Chuva de Julho».
No cinema, não existem imagens mais futuristas!
E no fundo, «Chuva de Julho» é um filme musical com uma
banda sonora perfeita no seu valor absoluto, (escutemo-lo de olhos fechados!), até
que Lena pede a Alik (Yuriy Vizbor) para não cantar mais. É a cena determinante do piquenique.
São melodias vindas de uma guerra que todos devem esquecer. Mas «É impossível não
cantar no país da juventude!», mesmo que o pai tenha morrido, que se discuta o
crescente consumo de água potável, que a ginástica isométrica faça furor.
Estamos no tempo do Ye-Ye, no tempo em que os antagonistas de um duelo se
cumprimentam com um olá! e um adeus!
Para que servirá o casamento se o futuro anda na rua?
Já no final, os abraços entre os veteranos da guerra contra o olhar sério de tantos jovens enfrentando a câmara directamente representa esse confronto perfeito entre a Arte Contemporânea e o Presente Histórico da Sociedade.
Um filme imperdível!!
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