quinta-feira, 23 de junho de 2016

Sobre o filme «Chuva de Julho» de Marlen Khutsiev, 1966












Não temos medo do futuro.
Imaginemos James Stewart e Grace Kelly, uma perna partida à frente de uma janela. Jean-Paul Belmondo e Jean Seberg, o Herald Tribune nos Campos Elísios. David Hemmings e Vanessa Redgrave, a fotografia a revelar uma aparição pouco clara.
Imaginemos agora Evgeniya Uralova (Lena) e Aleksandr Belyavskiy (Volodya) na resplandecente aparição em «Chuva de Julho».
No cinema, não existem imagens mais futuristas!
E no fundo, «Chuva de Julho» é um filme musical com uma banda sonora perfeita no seu valor absoluto, (escutemo-lo de olhos fechados!), até que Lena pede a Alik (Yuriy Vizbor) para não cantar mais. É a cena determinante do piquenique. São melodias vindas de uma guerra que todos devem esquecer. Mas «É impossível não cantar no país da juventude!», mesmo que o pai tenha morrido, que se discuta o crescente consumo de água potável, que a ginástica isométrica faça furor. Estamos no tempo do Ye-Ye, no tempo em que os antagonistas de um duelo se cumprimentam com um olá! e um adeus!
Para que servirá o casamento se o futuro anda na rua?

Já no final, os abraços entre os veteranos da guerra contra o olhar sério de tantos jovens enfrentando a câmara directamente representa esse confronto perfeito entre a Arte Contemporânea e o Presente Histórico da Sociedade.

Um filme imperdível!!

jef, junho 2016

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