Hipócrates desconfiou do médico que tratou o parente
chegado.
Há quem afirme que em casa de ferreiro espeto de pau.
Ou que os santos não fazem milagres em casa.
Enfim, tudo menos mau...
Agora, fazer publicidade ao livro que termina com um texto da
própria autoria é A Morte do Artista!
Assim será: morrerei! Pura verdade.
Mas antes tentarei a minha sorte, a minha Identidade. Questão de
personalidade, identificação, cidadania, política, liberdade, democracia.
Bilhete ou Cartão.
No início, Rui
Cardoso Martins prefacia: «A toda a hora do dia e da noite. Qualquer pessoa
que se lembre do prédio em que cresceu, dos vizinhos que teve, dos episódios
que escutou e observou, qualquer pobre de mim que pense no edifício onde paga a
renda agora, faz a análise do seu próprio lugar no mundo, da sua identidade.»
Logo a seguir ao princípio, entra o verbo de Pedro Castro Henriques: «Bem, lá que
tenho dúvidas, tenho… mas acho que sou eu e para mais até está nos papéis… de
que vale duvidar… assinei… e por aí fora. Pois, mas o problema está aí mesmo…
no ‘por aí fora’… é que ‘por aí fora’ as coisas dão muitas voltas… ó, as voltas
que as coisas dão ‘por aí fora’… um gajo começa duma maneira e ‘por aí fora’
torna-se noutro, e noutro ainda e em não sei quantos mais…»
Pelo meio, Fernanda
Cunha escreve: «Não está em causa considerar que as acções políticas possam
prescindir de objectivos ou finalidades, isto não faria sentido. Aliás, na maior
parte das vezes a intervenção política é convocada pelo confronto das
diferentes necessidades. Mas a acção ascende à categoria de política quando
cumpre os requisitos da experiência original grega. Se permanecer na
necessidade em detrimento da liberdade, será melhor chamar-lhe acção económica,
social, cultural ou religiosa. E a verdade é que tem permanecido na
necessidade. Coloca-se a política (o interesse de todos) ao serviço da economia
(o interesse de alguns) e promovem-se leis (o garante da equidade) ao serviço
da necessidade de terceiros. A política reduzida a fórmulas e teorias
decapantes do sentido público, a antítese da liberdade e da pluralidade.»
Lá para o fim, João
Eduardo Ferreira refere «Jaime pensava que as máscaras eram assuntos da
psicanálise e do teatro. Hoje, na sociedade democrática, cada um devia
responder pela própria identidade, embora soubesse bem que todos possuíam dois
lados, em permanência. E sem poder estabelecer-se um gradiente definitivo entre
os polos opostos também era impossível alguém expressar-se por ambos em
simultâneo. Daí as máscaras, daí o teatro.»
Confusos? Afinal, quem seremos nós sem os outros?
[E, agora, ficou com vontade de ler o livro? Então porque
não subscrevê-lo mesmo antes de ser imprimido? Fica mais barato e recebe-o
assinado e tudo! Abraço forte!]
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