A
música cravada em Cabo Verde é uma espécie de porto de abrigo. Nancy Vieira
será a sua alegria, a sua transformadora revertendo essa metamorfose em
tradição. E assim voltamos ao início. Sabe-me bem.
Mário
Lúcio Sousa, Osvaldo Dias, Fred Martins, Adalberto Silva, Remna, Luís Firmino e
Teófilo Chantre. E, claro, B. Leza. E a produção de Amélia Muge, António José
Martins e Nancy Vieira.
“O
Fado Crioulo” com António Zambujo, “Meditá” com Paulo Flores ou “Rosa Sábi” de
e com Amélia Muge.
Quem
não se comove (ou dança) ao som desta miscelânea musical? Mornas, coladeiras,
fados ou tudo misturado. Quem não se tocará com essa forma erudita de tocar
música popular ao som de violino, acórdão ou clarinete…?
Quem
não se encanta com o modo de arranjos clássicos mas sub-reptícios, colocando ali
assobios e sussurros, baixos, cavaquinhos e percussões costuradas com sensibilidade
e perícia mas sem nunca desvirtuar a mistura musical inicial?
Nancy
Vieira tem uma voz terna, talvez agora mais grave, que dá gravidade à distância
e solidão geográficas sem esquecer de dar alegria a cada passo de dança.
E,
atenção, termina com essa homenagem à Morna e à Morabeza cabo-verdianas numa
espécie de valsa lenta e amorosa – “Dona Morna”.
Nancy
Vieira, a revisitar, ouvindo, sempre!
jef,
novembro 2024
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