terça-feira, 19 de abril de 2016

E Zeus deixará cair a máscara


















Saber pelo mal que existe
o bem que nos faremos.
Se o vento nas tabuas persiste,
segredo de rãs e alfaiates,
sobre o rio perene, ele de prece servirá.
Oremos então.
Leda ama, o cisne se revela,
nocturno e branco
silhueta do Deus.
A água e o amor, sombra de sua vela,
a rocha húmida, viciada de luar.
É o pequeno céu que desafiamos,
da flor exígua que se entrega,
seremos nós a buscá-la:
ranúnculo, alga, semente a vogar como provir
na ténue corrente,
no exíguo firmamento,
a dificuldade das constelações
derrotada pelo diálogo da madrugada.
Conquistamos assim o que é escuro
e de estranha luz do entendimento o faremos.
Castor e Polux nascerão.
O futuro será nosso, o bem também.
E Zeus deixará cair a máscara.

jef, abril 2016

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