sexta-feira, 12 de agosto de 2016

Sobre o filme «Dersu Uzala» de Akira Kurosawa, 1974











Dersu Uzala (Maksim Munzuk) vai a enterrar entre um cedro e um abeto. Um cedro e um abeto que já não existem, a construção assim o ditou. O Capitão Vladimir Arseniev (Yuri Solomin) perde-se no local. As árvores também e, com elas, a memória.
Mas a Sibéria é demasiado grande para ser descrita pelas palavras até agora inventadas. Olivier Rolin sabe-o com conhecimento de causa. Akira Kurosawa tenta fazê-lo através de um enorme filme de aventuras.
Um dos mais belos filmes sobre a floresta como princípio da humanidade perdida e reencontrada. Sobre a natureza humana, sobre o homem na natureza, benévola e assustadora. Que o vento, o fogo, a água ou o tigre, não se revoltem!
No fundo, um filme sobre a humanidade, a sua curiosidade e compreensão pelo que lhe é alheio.
Um filme sobre topografia e o uso diverso de um nível. 
Sobre desertos gelados, tundras, taigas e conservação da natureza. Sobre recursos naturais e caça sustentável, muito antes dos programas escolares se encherem de fast-Ecologia.
Acima de tudo, este filme fala do mundo, da bondade superior, da amizade maior.
Um filme comovente. Um filme inteligente. Um filme que faz bem à alma.
Tenho dito.

A música é de Isaac Schwartz e por lá andam duas canções cantadas pelos soldados russos que ficam na memória.

jef, agosto 2016
                 
«Dersu Uzala – A Águia da Estepe» de Akira Kurosawa. Com Maksim Munzuk, Suimenkul Chokmorov, Yuri Solomin, Svetlana Danilchenko. URSS / Japão, 1974, Cores, 140 min.

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