
Palavras-chave.
Autoridade / Consciência. Escolha /Obediência.
Verdade / Mentira. Condicionamento / Livre arbítrio.
1961. Adolf Eichmann era julgado em Israel e Stanley Milgram
experimentava em seres humanos as suas teorias sobre psicologia social, nos
Estados Unidos da América. Eichmann não enjeitou os crimes mas
defendeu-se dizendo que “apenas” obedecia a leis e ordens. Milgram, mentindo, levava
cobaias humanas a exercer o suposto sofrimento a semelhantes quando estes
falhavam as respostas. A Obediência é estimulada. A Consciência, a Ética, a
Moral, são questionadas e colocadas num plano secundário.
A questão fulcral é sugerida por uma aluna, quando lembra que,
ao contrário das experiências em que Milgram mente aos “agentes da dor”, no
Teatro a “mentira” é assumida conscientemente pelo espectador quando entra na
sala de espectáculo. Deste modo, a fantasia, muda de figura.
Muito interessante é, exactamente, a questão teatral no filme em que Peter
Sarsgaard (Stanley Milgram) discursa para a câmara, dialogando directamente com
o espectador. Sasha Milgram (a bela e reaparecida Winona Ryder) faz o contraponto
feminino, talvez o coro, tornando mais verdadeiro e complexo o propósito do
realizador. Os cenários visivelmente construídos ou projectados em grande
imagem sobre a tela, aproximam e humanizam o protagonista e o tema central do
filme.
Esse tema tem por base uma frase que surge amiúde na arte
contemporânea, vinda daquele que tinha alguma dificuldade em escolher. Søren
Kierkegaard. “Só compreendemos a vida se olharmos para o passado, mas só a podemos viver se olharmos para o futuro”.
Muita atenção à banda sonora de Bryan Senti.
jef, agosto 2016
«Experimenter» de
Michael Almereyd. Com Peter
Sarsgaard, Winona Ryder, John Palladino, Anthony Edwards, Jim Gaffigan, Tom
Farrell, Anton Yelchin, Winona Ryder, Jim Gaffigan, Anthony Edwards, Taryn
Manning, John Leguizamo, Kellan Lutz, Dennis Haysbert. EUA, 2015, Cores, 98
min.
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