Após «Pleasure» (2017), essa espécie de abraço à pop lançada
sobre o rock, as longas faixas conceptuais, de espírito sinfónico, e os coros a
prolongarem-se pelo fim das canções, ao fundo dos estúdio-palco, Leslie Feist aterra
na balada mais pop quase folk, ou vice-versa, (não esquecer as colaborações
que a cantora tem tido com os noruegueses Kings of Convenience).
São 12 canções quase lineares a tocar o passado e o reflexo
que ele tem constantemente no presente. Nós e o outro num lugar onde a
presunção de mantermos o equilíbrio, exactamente com o outro, é posto diariamente
em causa:
«How can I know what to do?
What´s harder that finding my place in the truth
Is to keep it a secret once I do
‘Cause it might hurt someone more than I would want to».
A Terra, a Mulher, os Amigos Tristes, a Solidão, a Tentativa
Reiterada, o Amor Fugitivo, a Morte, o Futuro e a Esperança numa produção muito
simples, quase acústica, a lembrar a bela, híbrida e melódica transgressão
feminina de Leyla McCalla, Haley Heynderickx, Fiona Apple ou das irmãs Ibeyi.
Tudo está aqui a descoberto e encantado nas canções de Feist no interior de um álbum íntegro e adulto.
jef, fevereiro 2024
Sem comentários:
Enviar um comentário