21x15 centímetros. 60 páginas (miolo). Em parte, colorido com
grandes manchas monocromáticas. Frases a linha preta (ou quase) escritas com um
dos 20 lápis adquiridos, planfetárias como escritas nos ditos panfletos ou em tarjetas
de distribuição na rua para divulgar ideias políticas fortes, para que não
restem dúvidas de que o gajo (o senhor artista) é de esquerda. Ou então frases
adquiridas no café (sem fachos) onde já o tratam por Gonçalo (ao fim de 3 dias
de ausência, uma tristeza!)
O caso começa num Verão onde só vão de férias os que tem essa
possibilidade. O Setembro aproxima-se com o Outono e a Palestina pela mão e o
desejo de receber um presente pelo Natal se se portar e lavar bem os dentinhos.
O tal Natal tem um Pai que se parece com o Senhor Henrique Ruivo (um artista
também!) com um braçado de cravos vermelhos no saco gordo. O Inverno chega, o
ano termina, o ano começa (Que não nos encostem à parede!), a Primavera avança com
a esperança de Abril (Fascismo nunca mais!), a moção de censura, o parlamento
dissolvido. E o Verão renova-se mais uma vez com nova esperança: a de um beijo
e um banho no oceano, ao pôr-do-sol.
O mesmo caso termina, muito luminoso, com uma frase embandeirada
“Em Cada Esquina Um Amigo” e, ao lado, uma alegre chapelada de mútuo “Bom Dia!”.
"Meu caro artista
Considerando as obras «Vírus» (2021), «Vota» (2022) e «Vida
de Artista 2022-2024» (2024), aquelas mais directamente ligadas à crónica (pública,
política, de bairro ou mais íntima, como artista), onde o dia-a-dia está
figurativamente, ou melhor, ostensivamente narrado, e ainda como a dita narração é
uma representação da realidade, e esta uma ilustração da nossa verdade comum,
por isso, temo contrariá-lo. Neste caso, André Ruivo é mesmo um
ilustrador!"
jef, outubro 2025









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