terça-feira, 28 de outubro de 2025

Sobre o livro «Quatro Estações» de André Ruivo, The Inspector Cheese Adventures, 2025.



 










































21x15 centímetros. 60 páginas (miolo). Em parte, colorido com grandes manchas monocromáticas. Frases a linha preta (ou quase) escritas com um dos 20 lápis adquiridos, planfetárias como escritas nos ditos panfletos ou em tarjetas de distribuição na rua para divulgar ideias políticas fortes, para que não restem dúvidas de que o gajo (o senhor artista) é de esquerda. Ou então frases adquiridas no café (sem fachos) onde já o tratam por Gonçalo (ao fim de 3 dias de ausência, uma tristeza!)

O caso começa num Verão onde só vão de férias os que tem essa possibilidade. O Setembro aproxima-se com o Outono e a Palestina pela mão e o desejo de receber um presente pelo Natal se se portar e lavar bem os dentinhos. O tal Natal tem um Pai que se parece com o Senhor Henrique Ruivo (um artista também!) com um braçado de cravos vermelhos no saco gordo. O Inverno chega, o ano termina, o ano começa (Que não nos encostem à parede!), a Primavera avança com a esperança de Abril (Fascismo nunca mais!), a moção de censura, o parlamento dissolvido. E o Verão renova-se mais uma vez com nova esperança: a de um beijo e um banho no oceano, ao pôr-do-sol.

O mesmo caso termina, muito luminoso, com uma frase embandeirada “Em Cada Esquina Um Amigo” e, ao lado, uma alegre chapelada de mútuo “Bom Dia!”.


"Meu caro artista

Considerando as obras «Vírus» (2021), «Vota» (2022) e «Vida de Artista 2022-2024» (2024), aquelas mais directamente ligadas à crónica (pública, política, de bairro ou mais íntima, como artista), onde o dia-a-dia está figurativamente, ou melhor, ostensivamente narrado, e ainda como a dita narração é uma representação da realidade, e esta uma ilustração da nossa verdade comum, por isso, temo contrariá-lo. Neste caso, André Ruivo é mesmo um ilustrador!"


jef, outubro 2025

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