quarta-feira, 14 de julho de 2021

Sobre a peça «A Circularidade do Quadrado» de Dimítris Dimitriádis. Teatro da Polítécnica, Lisboa.




















Um facto é que andamos aos círculos em torno do Sol, percorrendo um recorrente ciclo de repetições como sempre fazem os dias que se sucedem às noites. Mas na realidade, a Terra não descreve circunferências mas elipses, e cada dia traz uma nova imperfeição, um novo erro, um novo desejo, uma nova correcção quantas vezes gorada.

Este é um texto premonitório de um futuro que se extingue na tentativa de voltar e chegar à verdade mais funda (ou mais banal) da vida, ao desejo de plenitude, à concretização do amor. Esse obscuro objecto do desejo, como diria Luis Buñuel.

São nove personagens à procura do seu corpo junto do corpo do outro. Por vezes homem, por vezes mulher. Uma espécie de partilha por partilhar, partilha negada pela inerente obsessão pela exclusividade do amor final. Amor fatal. Silêncios que prevalecem. Desejos que se negam. A utópica e abstracta ambição universal de felicidade.

Talvez no dia seguinte as coisas se repitam, as coisas se resolvam. Ou talvez não…

Vá, Andemos!


«A Circularidade do Quadrado» de Dimítris Dimitriádis Tradução José António Costa Ideias Com Hugo Tourita, Antónia Terrinha, Inês Pereira, Pedro Caeiro, Nuno Pardal, Simon Frankel, Bruno Vicente, Nuno Gonçalo Rodrigues e Vânia Rodrigues Cenografia e Figurinos Rita Lopes Alves Luz Pedro Domingos Encenação Jorge Silva Melo.

No Teatro da Politécnica de 23 de Junho a 17 de Julho (3ª a Sáb. às 19h00).

No CCB – Centro Cultural de Belém de 17 a 20 Junho de 2021.

 

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