sexta-feira, 30 de setembro de 2016

Sobre o disco «Tropix» de Céu, Urban Jungle / Som Livre 2016
















«Sou astronauta do amor. Engenheira de ilusões. Poeta da dor e da paz. Capaz de tomar um chá com cometas e mel!» (Minhas Bics)

Eis um disco da melhor música electrónica.
É um disco pop. Pop a sério.
Sem rodeios ou complexos.
Sem remorsos da história de 50 anos da electrónica germânica.
Sem prejuízo da Brit-Pop e de décadas de cançonetismo euro-televisivo. Dos antigos. Com Simone de Oliveira, Madalena Iglesias, Abba ou Sandie Shaw.
Sem nunca virar as costas ao samba, à bossa nova. Que estes trazem séculos de existência nos genes. 

Tropicalismo. Tribalistas.

[Noite.] Sem fechar os olhos e os ouvidos às pistas de dança, das mais íntimas, luz negra e uma bola de espelho a confundir o tecto e os toques.
[Manhã.] Canções de trazer por casa. Manhãs claras, caneca de chá na mão, a porta do quarto entreaberta.
[Tarde.] O calor a abrir as últimas flores em botão. O gim tónico a molhar em círculo o parapeito ao pôr-do-sol.
Malu Magalhães. Brian Eno. David Byrne. Jon Hassell. Tom Zé. Carlinhos Brown. Marisa Monte. Arnaldo Antunes. Caetano Veloso. Um cheiro a Jay-Jay Johanson. Um ligeiro sopro de Pascal Comelade…
Absolutamente dançável. Perpetuamente estético.
Verdadeiramente amoroso.
Pop. Pop. Eternamente Pop.


jef, setembro 2016

Sem comentários:

Enviar um comentário