sexta-feira, 9 de dezembro de 2016

Sobre o filme «O Olho do Diabo» de Ingmar Bergman, 1960


















Um diabo no armário ou a qualidade do beijo.
Guardar religiosamente um demónio no armário (juntamente com a garrafa de aguardente) é sempre útil para mantermos a consciência alerta. Ingmar Bergmar diz-nos mais: a consciência não é consciente não é nada se não estiver nesse estado de vigília. Sobre o assunto, esta comédia ainda acrescenta, «é preferível um pequeno êxito do Inferno ao triunfo retumbante do Paraíso». Assumido o estado desperto da bondade perante a sedução do engano, estamos preparados para enfrentar a verdade, a idade adulta, o amor pleno. Também o teatro. No palco, os factos são suficientemente claros para serem entendidos. Na vida e no amor, as coisas são bastante mais confusas. Afinal, como podemos classificar o melhor beijo: pelo sabor que deixa na memória ou pela ferida que imprime?
Ao que parece, Ingmar Bergman não valorizava muito este filme, conseguido através de um negócio tido com o produtor Carl Anders para conseguir realizar «A Fonte da Virgem» (1959). Eu valorizo. 

jef, fevereiro 2014

«O Olho do Diabo» (Djävulens Öga) de Ingmar Bergman, Com Jarl Kulle, Bibi Andersson, Stig Jarrel, Nils Poppe, Gertrud Fridh, Axel Duberg, Allan Edwall, Gunnar Björnstrand. 1960, P/B, 87 min.

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