Sant’Ana ensina Nossa Senhora a ler.
Ao ler o livro de Hélia Correia fico
na dúvida. Falará ele de retábulos, parábolas e ícones metafísicos, do
mediterrâneo helénico, da profundidade azul do encantamento, ou dissertará,
antes, sobre o encarnado e a carnificina humana? Hélia Correia nestes contos
narra o poder carnívoro pegando no escopro e bisturi e forçando a criação de um
híbrido de espírito e vísceras e profecia. Um casamento entre a definição de
Natureza tentada por Gonçalo M. Tavares e a cicatriz social feminina avançada
por Agustina Bessa-Luís. É verdade, é injusto comparar grandes escritores, mas
a leitura tem destas coisas…
No entanto, cuidado!, deste livro
ninguém sai ileso. É aprender a ler e, depois, partir.
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