quarta-feira, 20 de junho de 2018

Sobre o livro «12 Histórias para a Inês» de Carlos Alberto Machado e João Concha. não (edições), 2017












E qual a razão de, num livro ilustrado, darmos sempre o primeiro crédito ao texto escrito e o segundo lugar ao texto desenhado? Qual a razão, o critério, a hierarquia? 

Tradição cultural?

Neste caso, a discussão pouco importa, pois a estrutura das 28 páginas, sem contar a capa, impõe o paralelismo absoluto entre o texto de Carlos Alberto Machado e as ilustrações (e, suspeito, grafismo e maquetação) de João Concha. Nestas 12 histórias para a menina Inês, ela entra, entram também os amigos e família, sonhos, dúvidas, areias e marés, num certo rodopio literário onde as personagens pintam tanto as ilustrações como deixam manchas gráficas por baixo (ou por cima) do texto. Digamos que o papel munken pure torna-se «manuseado», «relido», como se estivesse sujo pelo tempo que a infância exige para uso próprio. A própria dimensão, 20 x 20cm, deixa-nos prontos para revirar as páginas de modo circular… a dita quadratura!

Como qualquer livro fala-se ainda de viagens, carros, cães, pais natais, amigos imaginários e dos outros. Enfim, a vidinha…

É o terceiro número da Colecção Alice e eu tenho a sorte de ter um exemplar comigo. É o octagésimo terceiro de 100 exemplares. Um facto que está manuscrito na última página, em estilo e estética.

jef, junho 2018                

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