sexta-feira, 9 de agosto de 2019

Sobre o ciclo «Buñuel X 25» no cinema Nimas e «As Folhas de João Bénard da Costa»
















Ver (e rever) muitos dos filmes de um dos realizadores que mais influenciaram a revolução no mundo do cinema é acto de certo colecionismo mas também de confirmação de uma das coisas de que mais gostamos na vida. Filmes raros, excelentes cópias, horários comerciais alargados, folhas de sala explicativas.

Podemos mergulhar. no final do dia, sem pressa, num mundo muito especial de fantasia, sonho, política, sexualidade, estética, zoologia, sociologia, arte dramática, arte cénica, arte fotográfica, arte literária, arte musical... Podemos ainda retirar as nossas conclusões e reiterar os nossos afectos cinematográficos. Aprofundar comparações e assegurar que adoramos ‘incompreender’ um filme. Sair da sala de cinema em busca do próximo filme, da próxima sessão, da próxima admiração.

E, claro, ir a correr para casa ler «As Folhas da Cinemateca» de João Bénard da Costa!

Os textos de João Bénard da Costa revelam todo o conhecimento da obra de Luis Buñuel mas, muito mais importante, sublinham o pormenor essencial, o olhar sub-reptício da personagem, a marca da subversão. Expõem o afecto exacerbado, a inteligência emocional, a exaltação estética, de quem ama apaixonadamente um objecto como símbolo insubstituível da humanidade.

João Bénard da Costa nunca explica mas coloca o dedo sobre o que mais o espanta, mas também naquilo que tanto gosta de ‘incompreender’ nos filmes quando Luis Buñuel usa essa táctica artística de sobrepor sempre a sua intuição exuberante e estilizada à tradicional narrativa cronológica.

Viva Luis Buñuel!
Viva João Bénard da Costa!
Viva o ciclo «Buñuel X 25» no cinema Nimas (Medeia Filmes)!

jef, agosto 2019

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