quinta-feira, 1 de agosto de 2019

Sobre o livro «Caminhos da Moderna Poesia Portuguesa», antologia de Ana Hatherly. Direcção-Geral do Ensino Primário, Lisboa 1960



















Uma das minhas melhores, mais ternas, circunstanciais, inesperadas, fundamentais, colectâneas de poesia portuguesa contemporânea!

«Ao Povo Português o que é seu!», refere a vinheta ilustrada.

Salazar epigrafa.
«Uma das principais preocupações (…) é a de conservar a frescura, a simplicidade natural, a fraternidade humana e cristã do povo português.»

Ana Hatherly colige, expõe, explica.
«A poesia é sempre a história emocional dum povo, a história da sua vida no sentido mais largo da palavra. (…) Assim, naturalmente, cada época terá os seus poetas, os seus “historiadores”.»

Sophia de Mello Breyner Andresen escreve:
«Porque os outros se mascaram mas tu não»;

Alexandre O'Neill acrescenta:
«Não podias ficar presa comigo / à pequena dor que cada um de nós / traz docemente pela mão / a esta pequena dor à portuguesa / tão mansa quase vegetal»

Natália Correia afirma:
«É um cipreste que se dissimula / No dia que nos leva pela mão / E uma rosa enforcada na medula / Duma pomba maior que o coração.»

Eugénio de Andrade seduz:
«Aqui estou, fronte pura, rodeado / de sombras, de soluços, de perguntas. / Aceita esta ternura surda, / este jasmim aprisionado.»

E  escrevem ainda
David Mourão Ferreira, Ruy Cinatti, Vitorino Nemésio, Fernando Pessoa, Jorge de Sena, José Régio, António Quadros, Alberto de Lacerda, António de Cértima, António de Navarro, António de Sousa, Eugénio de Andrade, Fernanda de Castro, Joaquim Paço d'Arcos, Mário Beirão, Miguel Torga, Natércia Freire, Sebastião da Gama, Tomaz Kim.

Mais a capa e as vinhetas de Ruy Pacheco e Mário Pacheco.

jef, julho 2019

Sem comentários:

Enviar um comentário