Por
que razão que gosto particularmente da música que já ouvi?
EL VY é um grupo que lançou apenas um disco mas ainda, eventualmente, poderá editar mais música. Não se encontra fechado nesse futuro necessariamente inverto. É constituído por Brent Knopf, o engenheiro e produtor do álbum. Também assina as onze canções com Matt Berninger. Contudo, tudo anda longe dos nervosos refrões repetidos e suados dos The National ou das canções interiores e sub-reptícias de Matt Berninger, ao expor-se sozinho.
Aqui, no profundo, resiste uma memória histórica
do mais sedimentado pop-rock.
A
percussão impõe uma velha batida dançável nas canções simultaneamente políticas
e amorosamente etéreas: «Return to the Moon (Political Song for Didi Bloome to
Sing, with Crescendo)» ou «I’m the Man to Be». Lembro-me dos R.E.M. ou dos The
B-52’s. Livre e sincero. Fantasioso, divertido e quase infantil.
Baladas
em ritmo de marcha, «Paul is Alive», «Need a Friend», «Sleepin’ Light». Anos
90, século passado. Ainda mais antigo, o swing, «Silent Ivy Hotel». A folk sem artifícios mas com arcos sinfónicos e corais onde a guitarra aparece para electrificar a
cadência, à antiga, «No Time to Crank the Sun», «It’s a Game». Até a guitarra
ficar a marcar definitivamente o ritmo, «Sad Case», «Happiness, Missouri».
Finalmente, «Careless» lembra como a pop pode oferecer ‘um Cadillac a ser
conduzido numa noite através de um possível amor em agonia, de um improvável
reencontro com o lugar do morto’.
Tudo
tão simples, tão livre do tempo, tão melancolicamente alegre.
jef,
julho 2025
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