quinta-feira, 27 de outubro de 2016

Na partícula do sono










Como se escutasse no eco esse perdão
O suspiro passado de um serão
A mão do sonho sobre o ombro
A sombra plena
E o calor do corpo a respirar.

A quebra serena da ausência
Na construção lenta de um escombro.

Durante a noite podemos então nós
Em certo sentido
Absolver a ruína
E reinventar o oceano
Película do sono universal
Que de memória já esquecida
Faz da luz a véspera do dia.

Sombra quieta no calor a respirar
Corpo suspenso que alheio
Fica guardado na palma de uma mão.
Essa mão plena sobre o ombro
Faz da noite sombra mais próxima
E do perdão o eco de um suspiro.

Está refeito o calor do universo
Na partícula de um serão.

jef, outubro 2016

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