segunda-feira, 9 de janeiro de 2017

Sobre o dia 7 de Janeiro de 2015. Sobre o livro «Para já para já» de Vitor Silva Tavares, Dois Dias 2012-1972.
















Sobre o  dia 7 de Janeiro de 2015. Sobre o livro «‘Para já para já’, seguido de posfácio ‘Contumácia’» de Vitor Silva Tavares, agora, na edição Dois Dias, 2012. Antes, em edição do grande, Jornal do Fundão, 1972.

Ler livros que não são livros. Ler escritores que são editores. Ler capas que vão já no miolo. Ler livros que me oferecem no Natal! Viva!

«Senhor compositor: faça o favor de compor  Senhor leitor: escrever é trampolinice, maluquice, crassa burrice que chatice, um tipo deixa de cirandar pela rua por aí, deixa de beber cervejolas com amigos e tremoços, deixa de se preocupar com o fim do mês, deixa de ler o jornal sentado na retrete, deixa de namorar a tal do gostinho especial, deixa de viajar bilhete de quinze de autocarro, deixa de bater a soneca dos justos, deixa de ver televisão que a RTP nos dá hoje senhores, deixa de rezingar no café contra a bandalheira geral não desfazendo, deixa de comer o rabo do pargo, deixa de ser cidadão normal o que lhe permitem, atleta no arame da vidinha e, bic firme entre o polegar, o indicador e o médio, SG Filtro fumegando, põe-se a macular a inocência estática do papel, a desenhar sinais, a vomitar palavras, estas.» (capa – pp. 1-2)

E por falar em Charlie e no dia 7 de Janeiro de 2015, também eu o sou e recordo a forma das palavras, o corpo das ideias, o amor sobre o estupor. Para aqueles que se divertem em jogo real a degolar jornalistas, assassinar artistas, a executar o humor: Viva o Charlie Hebdo, o Jornal do Fundão, a & etc., a Apenas Livros Livros, a By the Book, edições especiais, lda., e todos os que pratica(ra)m a resistência privada, a consciência pública, a amizade global. Viva!

Viva o Vitor Silva Tavares (17-07-1937 / 21-09-2015)!

jef, 8 de janeiro de 2015

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