O autor
profetiza: «um bom livro pode ter 3 inícios completamente diferentes, podendo
terminar de 300 maneiras igualmente diferentes» (página 9). O próprio chega-se
à frente e concretiza-o. Na página 28, acrescenta: «o romance, nas mãos de um
autor sem escrúpulos, pode ser despótico». Por isso, sou tentado a concordar e também
passarei a ler apenas livros com capa verde (o livro de Cesário e o de João de
Deus, são sugestões minhas). Terminada a leitura, fico com muito mais respeito
pelos romances de cowboys, pela índole feminina dos marsupiais e pelos
malefícios da cerveja, do tabaco e do chá (principalmente nas instituições de
caridade dedicadas a idosos). Fiquei também a respeitar as Epíboles e as
Anadilopses. Entabulei amizade com um Cacodemónio e um Agatodemónio. Já agora, onde
poderei adquirir a enciclopédia «Panorama das Artes e das Ciências Naturais»? Aviso
final: este romance é uma obra muito séria para quem gosta de ler e reflectir
sobre a natureza íntima desse gesto cognitivo. Uma experiência sobre os
discursos, directo e indirecto; sobre as diferentes culturas, a clássica, a
cristã, a gaélica ou uma outra qualquer; sobre a democracia, a cortesia e o
julgamento em sociedade.
Um clássico da iconoclastia, publicado em 1939.
Um livro infalível
para o ano de 2013.
A tradução é de Maria João Freire de Andrade.
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