terça-feira, 22 de novembro de 2016

Sobre o livro «Última Paragem, Massamá» de Pedro Vieira, Quetzal 2011


















Dos vírus, dos sinais e do movimento pelas linhas de Lisboa.
A Linha de Sintra e o IC19 dizem mais de Lisboa que grande parte das descrições feitas nos guias turísticos do Centro da Capital, porque, para muitos, a capital é mesmo Capital mas anda despovoada, desguarnecida, desvairada, dedicada a empregados sem contrato ou a desempregados em busca de serem contratados. Assim fala Pedro Vieira em «Última Paragem, Massamá» enquanto narra a história de Vanessa que conhece Lucas no Centro de Emprego e Formação Profissional; de Lucas que conhece João ao balcão de uma dependência bancária; de João que conhece Vanessa à porta da enfermaria para infecto-contagiosos onde Lucas está internado, a contas com o vírus, o remorso e a memória. Aqui nada revelo pois tudo é esclarecido na segunda página do romance. Esta é a história de Edson, Luana e Patrícia que também fazem na Linha de Sintra as suas viagens de vai-e-vem, entre noites mal dormidas e dias mal vividos. Esta é a história da traição sofrida por Públio Quintílio Varo às mãos dos aliados germânicos, na batalha da Floresta de Teutoburgo, 9 d.C.; a história de Augusto e de um Império que estremece. A história de uma cidade que será sempre Capital até ao último suicídio.

jef, janeiro 2014

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