Há
dias em que nada acontece.
Nesses
dias, tudo acontece.
A
manteiga escorrega na torrada.
A
flor tomba venerando a jarra.
O
Sol faz o seu percurso, incólume.
A
janela fica aberta sobre a avenida.
O
automóvel agradece a estrada que o leva à praia.
O
sorriso prende-se sem se fazer notado.
O
mar está.
A
areia cobre o cotovelo que escapou da toalha.
O
mundo completa-se na água salgada.
A
palavra perde-se na sonolência.
A
tarde quase suspeita a noite.
A
noite quase suspeita o sossego de um leve suspiro.
O
leve suspiro é quase tudo
ermo
tal, minúsculo e infindo…
Aí,
a noite suspeita o que pode acontecer.
O
dia seguinte.
Nesse
dia, o seguinte, tudo poderá não acontecer.
jef,
28 de Julho de 2015
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