quarta-feira, 22 de junho de 2016

Sobre o livro «Um Rasto de Alfazema» de Filomena Marona Beja, Parsifal, 2015















Filomena Marona Beja é uma autora única. Muda de editora a cada novo romance. Não se mostra mas impõe-se há muito no panorama literário português. Não gosta de modas mas atenta a tudo quanto é política e publicamente contemporâneo.

A escrita de Filomena Marona Beja não utiliza metáforas, não usa adjectivos gongóricos ou outras partículas adjectivantes. Não preenche o espaço de períodos e parágrafos com algodão para amortecer a queda do leitor.

O leitor que se prepare, que ginastique a leitura. A leitura parece mas não é simples. Deve ser muito atenta.

Filomena Marona Beja não moraliza, não romantiza, não julga.
A escrita de Filomena Marona Beja compreende. Compreende o espaço e o tempo de um modo invulgar.

A leitura de «Um Rasto de Alfazema» é exigente e gratificante. E não se espere primeiras páginas tradicionais, conclusões grandiloquentes.
                                                                                    
Talvez as únicas metáforas que Filomena Marona Beja consente em «Um Rasto de Alfazema» sejam o aromático título, a arriscada ascensão do balão de ar quente do palhaço Vira-Vento e a directa referência ao escritor e jornalista Guilherme de Melo, ao seu livro «A Sombra dos Dias» (1981).

Por isso, a leitura de «Um Rasto de Alfazema» de Filomena Marona Beja é eficaz.

(Já decorou o nome da autora e do livro? Ainda bem! Não se arrependerá de o ler.)

jef, junho 2016

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