Como dizia o outro, seja esse outro quem for, há coisas difíceis de explicar. Há quem as apelide de milagres. Ou de acasos…Tal como as camadas diversas onde se escondem a mentira, o engando, a falsidade, as fake-news. Ou a ficção, a arte, a literatura, como fugas da realidade para dela se aproximar…
Contudo, não é difícil explicar como «A Morte do Artista»
chega ao seu número 3, no seu desenfreado e louco ritmo editorial. Uma por ano!
Desta feita, com «A Mentira» por tema e gozo. E com tantos artistas que, na sua
ficção, mentem a seu bel-prazer, afirmando o curso de uma verdade muito sua.
Uma verdade que todos desejamos ser a razão comum de uma felicidade comum e
partilhada.
Lídia Jorge é a nossa querida artista premiada e
conta a extraordinária história de «Aurora e a Teoria da Mentira»
António Sáez-Delgado relata uma viagem sentimental em
torno da fronteira ibérica e de uma devoção que é muito mais do que isso. É a
afirmação sussurrada de uma verdade afectiva e literária.
Nuno Moura fala aos microfones da Voz Off. Para
que nos sintamos fora do palco e entremos dentro dos próprios corações.
O artista de mãos moribundas mais asinhas, Adolfo Luxúria Canibal, entrega-nos uma
fatal história de Amor sublime.
Rita Taborda Duarte mente muito e vai até ao Natal das
famílias de nariz altivo, mais ou menos fartas e rubicundas, mas com o ateísmo
por moral ecuménica e religião gastronómica.
Hugo Mezena escreve um texto tripartido onde a
verdade se ausenta e a acção se esconde na «comunicação».
Cláudia Lucas Chéu reinventa o velho embuste
matrimonial e a origem da mentira.
Pedro Dias de Almeida avança como em linha férrea ou
relógio sincronizado. O Torpor. O modo rítmico, métrico, vital.
João Reis conta um conto e acrescenta um ponto ao
silêncio como primeira mentira familiar. Uma Romã está no centro.
Sérgio Tavares relata-nos uma história onde o
Brasil acorrenta politicamente a verdade dos cidadãos, transformando-os em
resistentes e mentirosos.
O cabo-verdiano Filinto
Elísio fala da Quinta Enfermaria, lugar geográfico, amplo e patriótico, de
loucos e juventude. Da brincadeira, do 25 de Abril, da política e dos
políticos. Da alegria. Sem vírgulas e pontos finais.
Pedro Proença enche plasticamente o #3 da revista,
do fanzine, do jornal, do pasquim, com os seus desenhos virtuosos e hipnóticos
de técnica abstractamente figurativa.
Por fim, os mais mentirosos, os artistas mais moribundos,
reunidos: Fernanda Cunha, Manuel Halpern, Paulo Romão Brás e este que assina João Eduardo Ferreira, compõem o modo gráfico e reescrevem sobre a
Mentira, o Engano, o pêndulo da hipnose, o planeta Mentior e a história de José
Inácio.
E assim, mais uma vez em Maio, o mês dos malmequeres, dos
milagres, das mulheres e dos homens, «A Morte do Artista» #3 será lançada aos
quatro ventos, na Biblioteca do Palácio
Galveias, em Lisboa, no dia 11 de
Maio, pelas 16h00. Haverá drama,
convívio, refrescos e bolinhos.
Apareçam!
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