terça-feira, 19 de março de 2019

Sobre o filme «John McEnroe: O Domínio da Perfeição» Julien Faraut, 2018



















Isto não é um documentário. Não é uma reportagem. Isto é um filme.
Aqui discute-se a frase de Jean-Luc Godard «O cinema mente, o desporto não». O que é a verdade no cinema. O que é a verdade num jogo de milhões feito para ser filmado e visto por milhões.
Aqui se vê o trabalho de arquivo, sobre o qual o realizador trabalhou, de Gil de Kermadec, funcionário da Federação Francesa de Ténis, ex-jogador e divulgador educativo da modalidade. Horas de filmagem em 16mm sobre os grandes jogadores e a transformação do ténis no desporto de massas que é agora. Aqui se discute também o efeito da câmara sobre a personalidade do jogador, sobre o resultado do jogo, sobre o modo como o espectador os vê: Jogo e Jogador.
Aqui se vê a longa partida de Roland Garros entre John McEnroe e Ivan Lendl. 1984.
Aqui se ouve os comentários de Serge Daney que vem dos Cahiers du Cinema para o Ténis. Aqui se fala do jogador e do que lhe está em volta (o campo, o fora de campo, o contracampo). Aqui se compara o tempo que se prolonga no ténis ad aeternum com o tempo que logo é finito quando começamos a ver um filme.

Este é um grande filme sobre o tempo, o nosso tempo finito onde o cinema e o desporto ocupam o mesmo espaço. A nossa preplexidade.

jef, março 2019
                                                                      
«John McEnroe: O Domínio da Perfeição» (L'empire de la Perfection / In the Realm of Perfection ) de Julien Faraut. Com John McEnroe, Ivan Lendl, Jacques Pernod, Cedric Quignon-Fleuret, Nicolas Thibault. Narrado por Mathieu Amalric. Som (misturas): Leon Rousseau. Montagem: Andrei Bogdanov. França, 2018, Cores, 95 min.

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