«Muitos dos que se “agarraram aos livros com diligência”, e
tudo aprendem sobre um ou outro ramo do conhecimento comum, emergem da sala de
estudos com um semblante de coruja velha, e revelam-se rígidos, ineptos e
dispépticos nas mais luminosas e agradáveis partes da vida. Muitos acumulam
grandes fortunas, mantendo-se pouco refinados e pateticamente estúpidos até ao
último dos seus dias. E entretanto vai o gazeteiro...»
«O excesso de actividade, na escola ou no colégio, na igreja ou no mercado, é sintoma de uma vitalidade deficiente; enquanto a capacidade para o ócio implica um apetite ecuménico e uma vigorosa identidade pessoal.»
«As palavras certas saem-lhe por vezes da boca, quase por
acidente; e, vinda de lugares mais profundos, atingem-nos de forma mais
pessoal, pois estão envoltas na velha crosta de humanidade, rica em sedimentos
e humor.»
O Ócio é lugar de conhecimento e reflexão, a Escola é o seu
lugar. A conversa é o lugar da retórica, do diálogo, da ideia comum, da
Liberdade e da Democracia. Assim dizem os antigos, que gregos foram, dizem
outros e também Robert Louis Stevenson que tão bem escreve e com tamanha graça.
Soa-me à distância próxima: Sócrates, o velho, «O Elogio da Loucura» de Erasmo
de Roterdão, «A Ideia de Europa» de George Steiner, «O Prazer do Texto» de
Roland Barthes, e por aí fora… Os textos são como as cerejas!
Que alívio ler Stevenson sobre o ócio e a conversa após ter
visto o filme «Experimenter» de Michael Almereyda (1915) sobre Stanley Milgram,
Adolf Eichmann, o controlo, a mentira, a repugnância, a manipulação, ódio e o
pior silêncio.
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