Os autocolantes são os cromos que, em Abril de 1974 (ou algum
tempo mais tarde), passaram da caderneta para a lapela, do futebol para a acção política,
da prática privada do coleccionista para a influência pública do activista. Um
modo simples e emblemático de reconhecimento mútuo por causas e ideias. Provocava
imediatos sorrisos cúmplices ou esgares raivosos. A semiótica e a hermenêutica
social que expliquem.
Ontem ao percorrer (cautelosamente) as laterais da Liberdade
(diga-se Avenida da dita), encontrei os meus amigos André Ruivo, Ana Biscaia (e
Ana Ruivo). Tinham reactivado essa prática tão simples dos autocolantes de
propaganda, de publicidade, de acto político porque público e de influência.
Bonitos, pequenos, populares. Mensagem directa, sem margem para duvidar ou
pedir o dicionário emprestado.
«Viva a Liberdade e o 25 de Abril! Fascismo e ditadura nunca
mais!»
São nove, assinados por nove grandes artistas: Ana Biscaia,
André Lemos, André Ruivo, Gonçalo Duarte, Joana Monteiro, José Smith Vargas,
Manuel San Payo, Mariana Malhão, Rachel Caiano.
Procurem-nos. Vale muito a pena coleccioná-los, politicamente!
jef, 25 abril 2021
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