Não será o melhor livro de Raymond Chandler.
Philip Marlowe Vê-se contratado ou
subcontratado pelo advogado Clyde Umney para que descubra o paradeiro de
Eleanor King, ou melhor, Betty Mayfield. Mas acaba num intricado jogo de peripécias,
perseguições e chantagens sequenciais das quais, afinal, não lucrará assim tanto.
Bem, um facto é que, a Betty Mayfield, Marlowe parece ter uma preferência pela
desenvolta, deslumbrante, secretária de Umney, Miss Vermilyea com o seu
Fleetwood Cadillac.
Contudo, um romance de Raymond Chandler é sempre um marco nessa luta obstinada em colocar descrições
ou narrações de alto estilo em livros de comprar em estações de comboios para no
final da viagem (não) deitar fora. Basta tomar alguma atenção à descrição social da povoação
mais ou menos abastada de Esmeralda, cuja história lhe é contada por Fred Pope.
Ou ao encontro, num soturno restaurante meio-fechado com o chantageador-mor, burgesso
e palitador de dentes, Goble. Ou à filosófica conversa com o observador aristocrata
Mister Clarendon IV. Cada trecho destes é, por si, um enredo. Cada encontro com
uma mulher é uma verdadeira intriga.
Se
ficamos um pouco desiludidos com as reviravoltas que o livro dá no final para
coser as linhas do argumento, isso já pouco importa. O prazer da leitura já
garantiu o sucesso dno tempo despendido.
Sem comentários:
Enviar um comentário