Há
muito que não via um filme tão entediante. Longo e pretensioso. Apesar da
belíssima Léa Seydoux que interpreta Gabrielle Monnier, uma personagem que, no
futuro, deseja ficar sem emoções através de uma inovadora técnica de
nano-cirurgia. Apesar do competente actor George MacKay, um Louis Lewanski que
através de várias décadas e locais executa uma espécie de perseguição emocional
a Gabrielle.
Até que ela não lhe resiste. Ao fim de 146 minutos. Apesar do encantador guarda-roupa
oitocentista (Pauline Jacquard), dos cenários interessantes e da música
composta pelo próprio realizador.
Mas
nem todos podem fazer filmes estranhos, anacrónicos e sem uma estrutura narrativa
convencional. Valha-nos Luis Buñuel, Jean Cocteau, Federico Fellini, David
Lynch, Monte Hellman, até Leos Carax… Nem todos podem ter a ambição de expor o inexplicável,
de tornar belo o que não se entende e, por essa razão, ficarmos a compreender a
estética ou até o absurdo.
Não
diria propriamente uma perda de tempo pois Léa Seydoux merece os nossos minutos
pela sua consistência, talvez melhor, pela sua resistência dramática.
jef,
fevereiro 2024
«A Besta» (La Bête) de Bertrand Bonello. Com Léa Seydoux, George MacKay, Guslagie Malanda, Dasha Nekrasova, Martin Scali, Elina Löwensohn, Marta Hoskins, Julia Faure, Kester Lovelace, Felicien Pinot, Laurent Lacotte, Pierre-François Garel. Argumento: Bertrand Bonello, Guillaume Bréaud, Benjamin Charbit baseado no conto de Henry James “The Beast in the Jungle”. Produção: Bertrand Bonello. Fotografia: Josée Deshaies. Música: Anna Bonello e Bertrand Bonello. Guarda-roupa: Pauline Jacquard. França / Canadá, 2023, Cores, 146 min.
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