segunda-feira, 10 de março de 2025

Sobre o disco “Não sei do que é que se trata mas não concordo!” de Vitorino, Jugular Edições, 2024



 







É impossível não referir logo de início os seus 82 anos. É espantoso como Vitorino sempre se reinventa nunca ultrapassar os limites da sua ilimitada persona e personalidade musicais.

Ainda estamos no Redondo, ainda estamos em Lisboa. Um lugar ora luminoso ora melancólico que é só de Vitorino mas que nos pertence por inteiro. Há muito.

Dedicado ao Sr. Arnaldo Trindade que assim dizia, gente da terra, de profundidade filosófica e talvez carpinteiro, usando sempre fato-de-macaco: «Não sei do que é que se trata mas não concordo!», a primeira das 11 canções. Um coro repete algo fantasmagórico, um vago tom menor, talvez de tango argentino, encenando o contraditório – “compromisso com o homem na total felicidade exigida, desejada, sempre querida!”.

Depois, logo muda em versão “marcha-popular-charleston”, «Moda Revolta» (sem idade, que todos os anos em Abril traz o vermelho da revolta) ou o dueto com Cuca Roseta «Para Quando Eu te Encontrar», de Sérgio Costa, um fado-ranchero, ou depois a canção de embalar cabo-verdiana «Terra Tão Longe». Ou «Por Ela», um bolero versão Ritz Club, versão de baile ou em versão roufenha para velho rádio de pilhas.

Ao meio está «Cravos Vermelhos» com letra de Florbela Espanca, que poderia ter sido gravada numa desaparecida esquina parisiense. A seguir a letra vem de Carlos Mota de Oliveira «Uma Pontinha por Ti» com um romantismo irónico e sinfónico.

O tom melodramático chega com «Não é Meia Noite Quem Quer», a letra de António Lobo Antunes, segue com o cançonetismo de «Santo e Senha» (letra de Miguel Torga e música de José Cid).

Para terminar em modo requiem «Pai» com letra de José Jorge Letria, a lembrar certas linhas musicais de José Afonso.

Vitorino continua a ser aquela peça musical de resistência, namoro, divertimento e memória que todos precisamos visitar nos dias sombrios e angustiados que andamos por aqui e por ali a viver.

É justo referir que quase todos os arranjos são do músico Sérgio Costa.


março de 2025

domingo, 9 de março de 2025

Sobre o livro «Ascendentes» de João Paulo Esteve da Silva / Colecção LXYZ 1 / edição A Morte do Artista / 2025



 










Pardal, poeta, pai, parede, cal. Em «Ascendentes», João Paulo Esteves da Silva navega num mar híbrido entre a memória de uma rua perdida para sempre, a reconquista de uma geografia alcançada e o voo do pardal sobre o caroço de uma cereja.

A cal como se a luz fosse um objecto mineral, refractável, observável mesmo que faça contraluz às penas de um pavão um pouco abaixo de um telhado.

O pai, essa luz distante, os olhos quase fechados, essa luz menos refractada apesar de eterna, confundido na parede as manchas em rebanho pelas pedras malhadas de granito.

Na Mouraria, bêbado e de nuca na parede, recitando ladainhas em chinês, ele exige – qualquer poeta apenas quer ser lido!

Os pardais, a gaivota que viaja sobre a careca do fotógrafo, o falcão a vigiar a azáfama das andorinhas. Talvez o melro. Pombos torcazes. A lontra do aquário Vasco da Gama, cenouras selvagens e gatos.

Depois, as orelhas de Mozart, o espelho de água de Lewis Carroll, o casarão de Kafka e a porta fechada depois do The Lamb Lies Down on Broadway.

Em «Ascendentes», o poeta transforma a ausência em facto, a solidão em história e substantiva o mais poético adjectivo, fazendo-o desaparecer.


Jef, março 2025


sexta-feira, 7 de março de 2025

Sobre o musical «A Família Addams» de Marshall Brickman, Rick Elice e Andrew Lippa / Ricardo Neves-Neves. Teatro Maria Matos, 2025.



 



Existe neste musical um extraordinário grau de bom senso sem sentido que faz todo o sentido nos dias de hoje que parecem não fazer sentido. Brincar com a morte e o mórbido é uma tarefa do eterno estado da arte. Brincar com a família também, como é óbvio. Brincar com o amor, idem.

Nos tempos que correm, com a guerra planetária e as imagens de um mundo em ruínas, de morte, de famílias despedaçadas, um mundo quase gótico, pré-romântico, o musical de Ricardo Neves-Neves «A Família Addams» faz ainda mais sentido sem sentido. E então se começarmos a pensar nas famílias norte-americanas evangelizadas por um louco desvairado de cabelo cor-de-laranja e gravata vermelha, então ir ao Maria Matos devia entrar no Plano Nacional de Teatro.

Acima de tudo, este musical é um clássico, muito simples, muito ingénuo, muito crédulo, cuja trama é o Romeu-e-Julieta, aliás Wednesday-Lucas. Mas sem a tragédia final. A jovem Wednesday vem de uma família ultra-funcional onde a mentira nunca existiu e a confiança, a lealdade e o amor são o cimento de uma relação entre todos amorosa, para não dizer fraterna. Apenas o tempo prolongado, o poder da noite e do negro e a atracção pela decrepitude e pelo tétrico a distingue de uma família qualquer. Afinal, ela pertence ao clã Addams. O jovem Lucas vem de uma família tradicional americana, conservadora, cumpridora e casta. O pai parece ser trabalhador honesto e a mãe tem uma tendência irresistível para ao lirismo poético. Wednesday e Lucas estão apaixonados mas em segredo e na família Addams uma suspeita de segredo é considerada pecado. O problema é que foi marcado um jantar para receber a família de Lucas e uma espécie de elixir da verdade foi roubado ao armazém de venenos da avó Addams. O caldo está entornado.

Numa encenação sem qualquer pausa ou ponto morto, o corpo de bailarinos que fazem de antepassados Addams, impossibilitados de regressar à cripta, formam um ininterrupto corrupio de mortos-vivos, quase não contracenam mas formam todo o sustento cenográfico. As vozes de Ruben Madureira (Gomez), de Joana Manuel (Morticia), Brienne Keller (Wednesday) e Alexandre Carvalho (Tio Fester) fazem-nos esquecer que a orquestra não se apresenta. Contudo, o desenho de som e a sonoplastia são fundamentais para dar corpo à comicidade da peça. Num cenário extremamente clássico e simples existem pormenores encantadores como a seta voando nas mãos de alguém ou a bicicleta surgindo em contra-luar a pedir meças à Amblin de Spielberg. Ricardo Neves-Neves consegue uma difícil puerilidade quase de marionetas, devolvendo a inocência aos adultos e deixando as crianças um pouco atrevidas rindo-se dos amores reunidos, à boa maneira das comédias oitocentistas.

A Mary Poppins (Robert Stevenson, 1964) teria gostado desta encenação!


6 de março de 2025

«A Família Addams» – o Musical. Libreto: Marshall Brickman e Rick Elice, segundo as figuras criadas por Charles Addams. Música e letras: Andrew Lippa. Encenação: Ricardo Neves-Neves. Direcção musical: Artur Guimarães. Tradução: Ana Sampaio. Adaptação das canções: Michel Simeão. Com Alexandre Carvalho (Tio Fester), Ana Brandão, André Lourenço, Artur Costa, Brienne Keller (Wednesday), Dany Duarte (Lucas), Frederico Amaral, Irma, Joana Manuel (Morticia), João Maria Cardoso (o irmão Pugsley), José Lobo, Leonor Rolla, Margarida Silva, Rogério Maurício, Ruben Madureira (Gomez), Samuel Ferreira Alves, Sílvia Filipe e Sofia Loureiro.Coreografia: Rita Spider. Cenografia: Catarina Amaro. Guarda-roupa: Rafaela Mapril. Desenho de luz: Paulo Sabino. Desenho de som: Sérgio Milhano e Frederico Pereira. Sonoplastia: Sérgio Delgado. Assistência de encenação: Diana Vaz. Direcção vocal e assistência de direcção musical: Carlos Meireles. Produção: Força de Produção. Teatro Maria Matos

Quintas-Feiras às 19h00 | Sexta e Sábado às 21h00 | Sábados e Domingos 16h30

quarta-feira, 5 de março de 2025

Sobre o concerto de Vitorino, Teatro Variedades 2025



 























Vitorino continua a ser aquela peça de resistência musical, divertimento e memória que todos necessitamos de visitar nos dias sombrios e angustiados que andamos a viver. Ele não se verga nem desiste e resolve editar um disco na tradição da revolta, do amor e do absurdo «Não sei do que se trata, mas não concordo!» (Jugular Tradições, 2024), dedicado ao Sr. Arnaldo Trindade que assim falava, gente da terra, de profundidade filosófica e talvez carpinteiro, usando sempre fato-de-macaco.

Vitorino são as suas histórias do Redondo e do Chiado, da Leitaria Garrett e das Belas Artes. Vitorino é do “Fado Alexandrino”, do poema de Florbela Espanca “Cravos Vermelhos”, do libertário e republicano “Fado da Liberdade Livre”, do “Poema” de António José Forte, ou do “Cão Negro” de Jorge Palma ou ainda do nostálgico “Meu Querido Corto Maltese”.

Mas também de duas das canções de José Afonso mais fortes e incontornáveis “Era Um Redondo Vocábulo” (cantado por Janita Salomé), de “A Morte Saiu à Rua”. Também de duas partituras de Carlos Paredes transcritas para acordeão e tocadas por Inês Vaz.

E de tão belo o poema de António Lobo Antunes “Ana II” ou de “Fado da Prostituta da Rua de Santo António da Glória”.

E se de alegre nostalgia não bastasse, claro e para terminar, “Queda do Império” “Menina Estás à Janela’, “Vou-me embora”.

Grande noite de grandes músicos em teatrinho aconchegado.


4 de março de 2025

 

Vitorino com Tomás Pimentel (trompete), Paulo Gaspar (clarinete), Sérgio Costa (teclado), Carlos Salomé (cordas e percussão), Rui Alves (bateria, voz e assobio), Inês Vaz (acordeão).

segunda-feira, 3 de março de 2025

Sobre o disco «São Jorge» de Jonas, SPA / Valentim de Carvalho 2020



 






 

Tento a ficha técnica neste disco de quase fado. Viro-o, reviro-o e não encontro. Nem o autor dos poemas ou da música nem o nome dos músicos. Apenas diz ser dedicado a dois santos: Francisco de Assis Vasconcelos e, claro, o sempre santificado Jorge Fernando.

E digo que é um disco de quase fado, pois esta dúzia de canções acarinha de tal modo a poesia que traz dentro que é impossível não ficarmos presos à leitura de cada história contada, esquecendo-nos (com uma terrível injustiça) da beleza melódica e dos arranjos de cada uma dessas crónicas. Claro, são histórias afadistadas que nos contam a modernidade da cidade de Lisboa, introduzidas pelo introito particular, explicando à infância e ao povo (e a Einstein, acima de tudo!) a confusão existencial da física superior. Precisamente, «Quântica». São ainda histórias tristes e contemporâneas de uma Lisboa que, afinal, acabamos de conhecer: «Ponto Final», «Lisboa Montra de Recuerdos», «Big Brother» ou «RBNB». Também canção de revolta, «Insegurança Social». A sombra da melancolia, fuga e ausência, «Jacarandá» ou «Fui Comprar Tabaco». Ou a ironia bem disposta de «Carros e Carrinhas e Carroças» e «Caravana», sem dúvida crónicas de um passado bem vivido sobre rodas. Para não falar de «Provérbio ao Contrário».

Mas sobre tudo, sobre esse manancial de canções lisboetas fica a melódica, afinadíssima, irresistivelmente timbrada e ampla, quase sarcástica e de dicção irrepreensível, sobrevoando, voz tão dramática que se torna teatral do, afinal, grande fadista, também quase santo, de nome Jonas.

(E quem resiste à tão portuguesa quanto afrancesada «Senhor Bonfim»?)


jef, março 2025


domingo, 2 de março de 2025

Sobre o livro «Vermelho Delicado» de Teresa Veiga, Tinta-da-China, 2024



 







É o primeiro livro de contos de Teresa Veiga que leio. Sete contos, para informação. Logo me toca esse lado rigoroso mas desprendido de nos colocar no lugar certo, na certa geografia. Confesso que os livros também me prendem pela descrição das arquitecturas onde as personagens circulam (sempre me atraíram as descrições de Eça de Queirós ou Júlio Verne). Os muros a isolarem a estalagem de Aldebarã no final de uma estrada local. O bosque com o riacho e uma ponte onde uma mulher se debruça alheada. Um edifício de pedra branca colocado no centro de um jardim cuidado à japonesa. A cidade dentro da qual alguém se perde pelas ruas mal cuidadas dos seus subúrbios. Uma casa grande onde atrás das portas se ouvem os sons do violino e do piano, com uma entrada pelas traseiras onde o chão possui um quadriculado de mosaicos pretos e brancos. O enorme casarão com umas escadas no interior onde alguém, bêbado, se debruça aos berros. Um restaurante com uma sala discreta que guarda a intimidade, no almoço de sobremesas partilhadas, de duas amigas. Dona Mena e Dona Laura.

Dentro dos contos, as mulheres circulam, determinadas, umas com sentido, outras sem ele, um pouco perdidas, mas sempre de semblante forte, em posição altiva, talvez mesmo adversa. As histórias, essas, nunca são as que esperamos, entre o mistério, a fantasia, talvez, por vezes, a raiar o policial.

E como a minha cabeça liga-se através de um algoritmo neurológico, lembrei de «Myra» de Maria Velho da Costa (2008), de «As Noites das Mulheres Cantoras» de Lídia Jorge (2011), de «Visitar Amigos e Outros Contos» de Luísa Costa Gomes (2024) ou «Antes do Degelo» de Agustina Bessa-Luís (2004). (Longe estão as serenas e melancólicas Maria Judite de Carvalho ou Maria Ondina Braga, também elas magníficas!)

Contudo, detesto separar escritas por género e sensibilidades, apesar de o ter feito exactamente no parágrafo anterior, culpa minha! Existe nestes contos um certo ambiente de mundos paralelos, de insólito e obscuridade fantasiosos, de insatisfação culpabilizada ou as casas com portas por franquear, também de  inconstância filosófica. Por isso veio ainda à memória «Os Passos em Volta» de Herberto Helder (1963) ou «A Liberdade de Pátio» de Mário de Carvalho (2013). Inclusive, o primeiro conto deste livro “A Estalagem de Aldebarã” recordou-me «O Barão» de Branquinho da Fonseca (1942). E isso é muito bom.


jef, março 2025

 


Sobre o filme «As Quatro Voltas» de Michelangelo Frammartino, 2010

 




 

























Aparentemente, as falas distantes que se ouvem durante o filme não são para ser ouvidas. «As Quatro Voltas» é mudo-não-mudo, tal como os filmes de Jacques Tati são filmes mudos-não-mudos. Porém, neles o som é essencial. 

Aparentemente, até pode parecer um documentário e assim pode ser tomado se visto em modo distraído. Contudo, tudo aqui, o homem, a natureza, a comunidade, é rigorosamente encenado, tudo faz parte de uma intriga involuntária. Nas quatro voltas (ou quatro estações ou quatro mortes-renascimentos), seguimos o som enquanto olhamos as diversas histórias, incrédulos como é possível a câmara fixar tanta narrativa sem quase darmos por ela. Numa antiquíssima aldeia situada na ponta montanhosa da bota italiana, na Calábria, um pastor doente segue o percurso das suas cabras e da sua fé; a representação do calvário de Cristo, pela Páscoa, é atentamente seguida pela vivacidade do cão do pastor; o nascimento de um cabrito é fixado e marcado até poder sair para o pasto atrás do rebanho; um abeto é derrubado para que se cumpra a festa dos homens de “levantar o pau”, onde todos se juntam para cumprir o Verão. Por fim, ao pó regressamos, antes ao carvão no qual o abeto se transformou após os festejos. O pó, o fumo, o carvão, o mineral é aquilo que, determinante e brutal, subsiste como compromisso do eterno retorno ou da implacável ressurreição a que a natureza obriga todos os seres.

O carinho com que Michelangelo Frammartino filma «As Quatro Voltas» é de uma beleza comovente

Um filme inesquecível.


jef, janeiro 2023

«As Quatro Voltas» (Le Quattro Volte) de Michelangelo Frammartino. Com Giuseppe Fuda, Bruno Timpano, Nazareno Timpano, Artemio Vallone, Domenico Cavallo, Santo Cavallo, Peppe Cavallo, Isidoro Chiera, Iolanda Manno, Cesare Ritorito. Argumento: Michelangelo Frammartino. Produção: Philippe Bober, Marta Donzelli, Elda Guidinetti, Gabriella Manfré, Susanne Marian, Gregorio Paonessa, Andres Pfäffli. Fotografia: Andrea Locatelli. Música: Paolo Benvenuti. Itália/Alemanha/Suíça, 2010, Cores, 88 min.

 

sábado, 1 de março de 2025

Sobre o filme «Mulholland Drive» de David Lynch, 2001

 












Quase um quarto de século depois (e na magnífica cópia digital restaurada pelo realizador), «Mulholland Drive» é, como sempre foi, um objecto de cinema único, perene. Um objecto onde todas as sobreposições se tornam agora definitivamente claras. Do percurso nocturno de automóvel pela Mulholland Drive, transportando Camilla Rhodes ou Rita (Laura Harring) até à chegada ao Teatro Silencio, pela madrugada, de Rita ou Camilla Rhodes acompanhada de Betty Elms ou Diane Selwyn (Naomi Watts) para, entre lágrimas, ouvirmos “Llorando / Crying”. Uma caixa de estranha fechadura esclarece-nos sobre a sobreposição final, desvendando-nos aquilo que não pode ser desvendado. Esclarece-nos ainda, oniricamente (ou psicanaliticamente), como as personagens se podem duplicar e transfigurar. Tudo é estratificado pelo medo e pela respectiva transfiguração. Afinal, o cinema em Hollywood é, deste modo, simples e claro. Desde «O Crepúsculo dos Deuses / Sunset Boulevard» (Billy Wider, 1950). Uma espécie de tragédia cómica, muito negra e muito bela, onde os realizadores se escondem (ou fogem) da produção feroz e as actrizes, louras ou morenas (ou ruivas) impõem e sofrem pela própria fotogenia cinematográfica.

Afinal, só poderemos entender esta história de amor e trevas, de sonho e cinema, também a sua banda sonora (Angelo Badalamenti), os cenários (Jack Fisk), a sua cor e a sua luz (Peter Deming), o guarda-roupa de Amy Stofsky, se não insistirmos em entendê-la. A decisão está absolutamente nas mãos do espectador.


jef, fevereiro 2025

«Mulholland Drive» de David Lynch. Com Naomi Watts, Laura Harring, Justin Theroux, Ann Miller, Jeanne Bates, Dan Birnbaum, Randall Wulff, Robert Forster, Brent Briscoe, Maya Bond, Patrick Fischler, Michael Cooke, Bonnie Aarons, Michael J. Anderson, Joseph Kearney, Enrique Buelna, Richard Mead, Sean Everett, Angelo Badalamenti, Dan Hedaya, Daniel Rey, David Schroeder, Robert Katims, Marcus Graham, Tom Morris, Melissa George, Mark Pellegrino, Vincent Castellanos, Diane Nelson, Charles Croughwell, Rena Riffel. Argumento: David Lynch. Produção: Neal Edelstein , Joyce Eliason, Tony Krantz, Michael Polaire, Alain Sarde, Mary Sweeney. Fotografia: Peter Deming. Música: Angelo Badalamenti . Guarda-roupa: Amy Stofsky. Cenografia: Jack Fisk. EUA / França, 2001, Cores, 147 min.