Tyto
alba
Os
ninhos são as folhas
Que
a árvore não quis ter
Filhos,
promessas e escolhas
De
um futuro por haver.
Triste
sina é a da ave
Que
não sabe ouvir o sino
O
piar triste de um verso
Na
brisa do desatino
Tyto
alba Tyto alba
Vem
lavar a minha alma
Noitibó,
meu noitibó
De
noite, quem não está só?
O
alegre voar da pena
Sobre
a brisa da aresta
Faz
das folhas o seu ninho
Das
aves um trilho apenas
No
repicar do sino
Voa
o piar da igreja
Um
grito de coruja
Em
vã prece nocturna
Ter
um filho por crescer
E
esperança no que é novo.
É
ver a crença nascer
A
bicar dentro do ovo.
Vão
ligeiras as palavras
Como
as pedras ou os filhos
Vindos
da fraga ou do ninho
Dão
temperança e cadilhos.
Cai
a pena e o granito
No
fundo desta ravina.
Foge
veloz com o tempo
Falsa
lembrança divina
Quem
te poupa Upupa epops
Do
trabalho garantido
Olha
só o Oriolus
Quem
o papou, chamou-lhe um figo.
Sai
do mato a voar
Na
sombra do arvoredo
Vem
pela noite lembrar
O
que um dia quis esquecer.
A
noite traz o segredo
Escondida
a cotovia
Diz
adeus à coruja
E
corre a alcançar o dia.
Letra:
João Eduardo Ferreira
Guitarra
Portuguesa: M-Pex
«Talbot», Hob Recordings
2015
https://www.facebook.com/talbotband?ref=ts&fref=ts
http://hobrecordings.tumblr.com/
Sem comentários:
Enviar um comentário