«Hotel
Império» é um filme lento, talvez mesmo mole, onde as personagens deambulam pausadas,
sacrificadas, angustiadas, por entre uma construção de memória velha que se
deseja vintage, oitocentista, onde os gangsteres sorriem dengosos e dizem
palavrões entredentes enquanto descem aos tombos escadas sórdidas em busca desesperada de
uma «Relíquia Macabra». Fumos, espectros, sombras, seres perseguidos por
agiotas e desilusões, e portas translúcidas de vidro martelado. As ruas da antiga Macau
como as vias rápidas e as suspeitas de um proto-«Blade Runner» cruzado com o
desencanto das montras que expõem mas não revelam de um «Paris-Texas», entre os corredores e pátios de uma «Rua da Vergonha»… Tudo muito vão de
escada. Tudo muito ali de casa.
Felizmente apenas 82 minutos!
Ai meus pobres John Huston, Dashiell Hammett, Ridley Scott, Wim Wenders, Sam
Shepard, Kenji
Mizoguchi. Que falta fazem por aqui!
jef,
maio 2019
«Hotel Império» de Ivo Ferreira. Com Margarida
Vila-Nova, Rhydian Vaughan, Kwok-Leung Gan, Cândido Ferreira, Tiago Aldeia.
Portugal / China, 2018, Cores, 82 min.
Sem comentários:
Enviar um comentário