quarta-feira, 1 de janeiro de 2020

Sobre o filme «Amazing Grace» de Alan Elliott (e Sydney Pollack), 2018




















Janeiro de 1972. Duas noites de gravações ao vivo do álbum «Amazing Grace», em Watts, Los Angeles, na New Temple Missionary Baptist Church. A direcção espiritual e musical é a do reverendo James Claveland. A dirigir o The Southern California Community Choir está Alexander Hamilton. A filmar está Sydney Pollack que, na altura, não conseguiu terminar a realização do documentário.

Aretha Franklin é já um dos centros (e diva) da música negra e desejou regressar a uma certa «casa paterna» para cantar um conjunto de hinos religiosos universais no meio mais honesto e sincero, uma igreja baptista, rodeada de admiradores, fiéis, família e um coro de inigualável poder.

Agora vemos o resultado quase 50 anos depois, pela mão de Alan Elliot. E na minha modesta opinião, torna-se este num dos mais poderosos filmes musicais de sempre.

A alma vocal de Aretha Franklin é gigante, a vibração ali criada é avassaladora. O mundo recriado em redor de «Amazing Grace» é de uma intimidade majestosa, grandiosa, diria mesmo gritante, de uma alegria impossível de descrever, entre a devoção catártica e o riso aberto. O ouvido embala, o coração acelera, o corpo agita-se, as lágrimas surgem.

Aretha Franklin é mesmo uma deusa maior e provoca um dos maiores e melhores sons emocionais de sempre. Um filme quase milagroso.

jef, janeiro 2020

«Amazing Grace» de Alan Elliott (e Sydney Pollack). Com Aretha Franklin, James Claveland, Alexander Hamilton, Cornell Dupree,  Kenny Luper, Poncho Morales, Bernard Purdie, Chuck Rainey, Sydney Pollack , Mick Jagger, Clara Mae Ward, The Southern California Community Choir, C. L. Franklin.  EUA, 2018, Cores, 89 min.

Sem comentários:

Enviar um comentário