Quando as novelas faziam a grata tarefa que hoje é realizada por ecrãs de telemóvel e novelas televisivas às seis da tarde... Ressalvando as devidas e reconhecidas vantagens cognitivas para o acto da leitura!
No século XIX, Nicolau Arkadievitch conclui na cidade os
estudos em Agricultura e é colocado numa aldeia situada algures no
nenhures russo. Sem grandes distracções tenta o teatro amador mas sem grande sucesso, excepto o das gargalhadas nas cenas mais dramáticas. É aí que encontra Lídia
Mikailovna, aliás Lidochka, jovem burguesa, filha de juiz, que, atraída irremediavelmente pela glória dos
aplausos e do palco, tenta em Moscovo a arte da declamação junto do famoso actor
jubilado Slavinsky que lhe tenta abrir os olhos dizendo que o futuro mais
provável será mesmo o do teatro ambulante, paupérrimo e decadente. Lindochka
não quer saber e insiste na arte dramática, separando-se então de Nicolau que julga
amá-la. Anos mais tarde reencontram-se…
E, pronto, fica tudo dito. Não há volta a dar… as companhias
de teatro são perversas, levando os actores desgraçadamente para a má vida e atraindo
somente como espectadores hussardos mal-educados, bêbados poltrões e gente de
má catadura.
Felizmente que guardo na memória a imagem do teatro venerado, elevado
ao estatuto de educador maior do povo, abolindo barreiras, banindo tradições,
de «O Conto dos Crisântemos Tardios» de Kenji Mizoguchi (1939).
jef, fevereiro 2020
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