Um dos filmes do ano.
Um filme que me explica por que tanto gosto de «Sacanas
sem Lei» (2009) ou «Django Libertado» (2012) de Quentin Tarantino, e não aderi
assim tanto à famosa comédia «Parasitas» de Bong Joon-ho (2019).
Num futuro próximo, algures no Sertão brasileiro, filmado nas
terras amplas do Rio Grande do Norte, Teresa (Bárbara Colen) regressa a Bacurau
para o funeral de sua avó, D. Carmelita, 94 anos, amada pela família e pelo
povo. Teresa chega à boleia de um camião cisterna cheio de água potável pois o
perfeito prefere a campanha eleitoral à distribuição pública de água. Um camião
com caixões virado na estrada é o primeiro fenómeno que Teresa estranha. Um
pequeno disco voador sobrevoa a pacata aldeia que aposta mais na biblioteca pública e no ensino das crianças, na
alegria dos psicotrópicos, nos serviços sexuais e nos cuidados médicos
administrados por uma médica que nunca se ri, a Dr.ª Domingas – a extraordinária Sônia Braga! Tudo
começa a descambar quando surgem dois motares sinistros, encapuçados pelos seus capacetes, e
resolvem tomar uma cerveja na tasca da vila que nem sequer se encontra no mapa.
Aí, o sangue jorra, as cabeças saltam, nem as crianças são
poupadas, numa comédia política, louca, despudorada, tão séria quanto o riso que me fez soltar.
Nada ali falta, excepto a água potável!
jef, fevereiro 2020
Sem comentários:
Enviar um comentário