sexta-feira, 14 de fevereiro de 2020

Sobre o filme «Mulherzinhas» de Greta Gerwig, 2019
















Existe neste requintado e exuberante «Mulherzinhas» um extraordinário “savoir-faire” da realizadora Greta Gerwig.

Aqui se faz a apologia do romance de Louisa May Alcott (1868), tantas vezes preterido, por delicodoce, às grandes sagas americanas agrestes e violentas.

Aqui se faz a reverência sem submissão às diversas versões cinematográficas através de um belo conjunto de actrizes, liderado por uma luminosa Saoirse Ronan, em modo rápido e deslumbrante, servido por um guarda-roupa que rodopia, pela luz dourada ou sombria caindo sobre mansões, paisagens e ambientes, que sublinham mas protelam a época da Guerra da Secessão. A direcção da fotografia é de Yorick Le Saux.

Este é um filme divertido, terno e comovente, cruzado permanentemente pela alteração lógica dos tempos narrativos, embrulhado na música do hiperactivo Alexandre Desplat e por uma ostensiva vontade de mostrar como ainda é importante, hoje em dia, a luta pelo amor e o sentimento, pela independência profissional e afectiva da mulher, pela educação popular, pela igualdade racial.

Um excelente filme à antiga. Alegre, inteligente e empenhado. E sem uma gota de sangue ou demais humores!

jef, janeiro 2020

«Mulherzinhas» (Little Women) de Greta Gerwig. Com Saoirse Ronan, Emma Watson, Timothée Chalamet, Florence Pugh, Eliza Scanlen, Laura Dern, James Norton, Meryl Streep, Louis Garrel, Chris Cooper, Bob Odenkirk. Argumento: Greta Gerwig (a partir de um romance de Louisa May Alcott). Fotografia: Yorick Le Saux. Música: Alexandre Desplat. EUA, 2019, Cores, 134 min.

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