quinta-feira, 7 de fevereiro de 2019

Perdiz-vermelha (Alectoris rufa)
















Perdiz-vermelha; Perdiz-comum (Alectoris rufa)
Ordem Galliformes, Família Phasianidae

Quem não conhece a perdiz, exímia caminhante, trilhando em bando veredas entre searas, pomares ou bosques? Ave robusta mas fina que se mostra aos nossos olhos e nos olha, logo se esquivando, colina abaixo, todo o grupo, em voo planado, de envergadura arqueada. Avistamo-la antes de a perdermos entre urzes ou carrascos, tendo ouvido antes o seu canto de chamamento, um certo gargarejo rouco e cacarejado.

Patas, bico e olhos pintados de vermelho, as faces e a gola branca estão debruadas a negro, assim mosqueada a zona superior do peito que se colora de cinzento e de bronze. Os machos são mais volumosos, tarsos mais altos e esporões mais visíveis. As fêmeas mais discretas trazem a prol ligeira e atenta ao alimento, pequenas sementes, artrópodes e larvas, que esgaravatam no chão. Mais tarde, adultos, passarão quase exclusivamente a alimentar-se da mais variada dieta de vegetais, grãos, rebentos e pequenas bagas.

Mas se nos habituamos a vê-las a atravessarem-nos o caminho, nesses bandos gregários e familiares, é pela simples razão de que mais nós passeamos no Verão ou Outono, a época em que as aves se reúnem, pois lá para Dezembro isolam-se, tornam-se ainda mais discretas e começam a formar casais. Em Março começam as primeiras posturas em ninhos térreos entre restolho e arbustos e em Julho, pelo Sul de Portugal, ainda poderão estar no seu ninho a incumbar um número considerável de ovos que a média perfaz 12 ou 13.

É, certamente pela sua fertilidade, facilidade de perseguição, ou pelos seus 500g de carne suculenta, que esta ave de porte gracioso é a ave cinegética mais procurada em Portugal, tendo sido alvo de antiquíssimas campanhas de protecção, como por exemplo em decreto de D.João I, em 1396, que proibia a sua caça em coutadas de determinadas regiões do País. Muito mais recentemente e com o desenvolvimento das zonas de caça a perdiz-vermelha tem sofrido repovoamentos sistemáticos, por vezes adulterando a estrutura e a genética das populações autóctones.

jef, fevereiro 2019

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