Ver (e rever) muitos dos
filmes de um dos realizadores que mais influenciaram a revolução no mundo do
cinema é acto de certo colecionismo mas também de confirmação de uma das coisas
de que mais gostamos na vida. Filmes raros, excelentes cópias, horários
comerciais alargados, folhas de sala explicativas.
Podemos mergulhar. no
final do dia, sem pressa, num mundo muito especial de fantasia, sonho, política,
sexualidade, estética, zoologia, sociologia, arte dramática, arte cénica, arte
fotográfica, arte literária, arte musical... Podemos ainda retirar as nossas
conclusões e reiterar os nossos afectos cinematográficos. Aprofundar comparações
e assegurar que adoramos ‘incompreender’ um filme. Sair da sala de cinema em
busca do próximo filme, da próxima sessão, da próxima admiração.
E, claro, ir a correr para
casa ler «As Folhas da Cinemateca» de João Bénard da Costa!
Os textos de João Bénard da
Costa revelam todo o conhecimento da obra de Luis Buñuel mas, muito mais
importante, sublinham o pormenor essencial, o olhar sub-reptício da personagem, a marca da subversão. Expõem o afecto exacerbado, a inteligência emocional, a exaltação
estética, de quem ama apaixonadamente um objecto como símbolo insubstituível da
humanidade.
João Bénard da Costa nunca
explica mas coloca o dedo sobre o que mais o espanta, mas também naquilo que
tanto gosta de ‘incompreender’ nos filmes quando Luis Buñuel usa essa táctica
artística de sobrepor sempre a sua intuição exuberante e estilizada à tradicional
narrativa cronológica.
Viva Luis Buñuel!
Viva João Bénard da Costa!
Viva o ciclo «Buñuel X 25»
no cinema Nimas (Medeia Filmes)!
jef,
agosto 2019
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