sábado, 28 de março de 2020

Alfarrobeira Ceratonia siliqua L.














Alfarrobeira
Ceratonia siliqua L.
Família Fabaceae / Leguminoseae

É a árvore associada ao Sul algarvio mas também a encontramos na região de Lisboa e Arrábida. Aprecia os solos pedregosos e calcários e o clima suave ensolarado, não se dando bem com as geadas do interior. Cultivada pela sua vagem de 12 a 20 cm de comprimento, a comestível alfarroba, com elevados teores de açúcar, taninos e goma, é utilizada na doçaria e na gastronomia em geral, também nas indústrias farmacêutica, alimentar ou de destilação para álcool e bebidas licorosas, também como espessante ou para sucedâneos de café ou chocolate, além do tradicional uso como forragem.

Como planta dióica (por vezes, também poligâmica), os frutos aparecem nos indivíduos femininos, embora a relação entre os sexos possa ser alterada por enxertia das árvores masculinas.

As folhas desta fabácea (antigamente referida como leguminosa) são persistentes, compostas por folíolos emparelhados, grandes, coreáceos e de tonalidade verde escura. Apresenta uma copa densa e ampla, ovalada, e a sua madeira avermelhada, compacta, é apreciada para trabalhos de carpintaria com polimento.

Poderá não ser uma árvore tipicamente florestal, mais associada à policultura, talvez tenha chegado de regiões orientais com a sua floração tardia, outonal, mas cruza-se há muito com a vida do homem, podendo ser identificada no epopeico Gilgamesh, no hebraico Talmud ou no evangelho de Mateus. Se siliqua é o nome latino para «alfarroba» ou para «vagem», os árabes às suas duras sementes chamavam karats, antiga medida para pesar medicamentos e jóias, dando origem ao mais recente quilate de ouro puro.

jef, março 2020

* botânica

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