Pinheiro-manso
Pinus pinea
L.
Família
Pinaceae
Copa
arredondada cujo crescimento terminal é ultrapassado pelo crescimento dos ramos
laterais estendendo-se em sombra e pinhas esféricas que, ao amadurecer,
oferecem pinhões de sabor económico com que muitos celebram o Natal. São
árvores de tronco coberto de ritidoma gretado, ora cinzento ora acobreado,
deixando sobre a manta-morta a caruma de folhas aciculares agrupadas aos pares.
Resiste aos ventos oceânicos e não teme solos arenosos. Gosta do mar e concede
ao ambiente mediterrânico, juntamente com a oliveira e o cipreste, uma certa
paisagem historicamente cultural. Também considerável rendimento em pinhões e
pranchas de boa madeira. Oferece-nos ainda esse laivo poético que dizem ter
também inspirado as cantigas de El Rei D. Dinis. As belas matas da bacia do rio
Sado assim o confirmam.
jef,
março 2020
Ai flores, ai flores do
verde pino
Ai
flores, ai flores do verde pino,
se
sabedes novas do meu amigo!
Ai
Deus, e u é?
Ai,
flores, ai flores do verde ramo,
se
sabedes novas do meu amado!
Ai
Deus, e u é?
Se
sabedes novas do meu amigo,
aquel
que mentiu do que pos comigo!
Ai
Deus, e u é?
Se
sabedes novas do meu amado
aquel
que mentiu do que mi ha jurado!
Ai
Deus, e u é?
Vós
me preguntades polo voss'amigo,
e
eu ben vos digo que é san'e vivo.
Ai
Deus, e u é?
Vós
me preguntades polo voss'amado,
e
eu ben vos digo que é viv'e sano.
Ai
Deus, e u é?
E
eu ben vos digo que é san'e vivo
e
seerá vosc'ant'o prazo saído.
Ai
Deus, e u é?
E
eu ben vos digo que é viv'e sano
e
seerá vosc'ant'o prazo passado.
Ai
Deus, e u é?
Dom
Dinis (1261-1325)
Cancioneiro da
Biblioteca Nacional 568* botânica
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