domingo, 22 de março de 2020

Pinheiro-manso Pinus pinea L.
















Pinheiro-manso
Pinus pinea L.
Família Pinaceae

Copa arredondada cujo crescimento terminal é ultrapassado pelo crescimento dos ramos laterais estendendo-se em sombra e pinhas esféricas que, ao amadurecer, oferecem pinhões de sabor económico com que muitos celebram o Natal. São árvores de tronco coberto de ritidoma gretado, ora cinzento ora acobreado, deixando sobre a manta-morta a caruma de folhas aciculares agrupadas aos pares. Resiste aos ventos oceânicos e não teme solos arenosos. Gosta do mar e concede ao ambiente mediterrânico, juntamente com a oliveira e o cipreste, uma certa paisagem historicamente cultural. Também considerável rendimento em pinhões e pranchas de boa madeira. Oferece-nos ainda esse laivo poético que dizem ter também inspirado as cantigas de El Rei D. Dinis. As belas matas da bacia do rio Sado assim o confirmam.

jef, março 2020


Ai flores, ai flores do verde pino

Ai flores, ai flores do verde pino,
se sabedes novas do meu amigo!
Ai Deus, e u é?

Ai, flores, ai flores do verde ramo,
se sabedes novas do meu amado!
Ai Deus, e u é?

Se sabedes novas do meu amigo,
aquel que mentiu do que pos comigo!
Ai Deus, e u é?

Se sabedes novas do meu amado
aquel que mentiu do que mi ha jurado!
Ai Deus, e u é?

Vós me preguntades polo voss'amigo,
e eu ben vos digo que é san'e vivo.
Ai Deus, e u é?

Vós me preguntades polo voss'amado,
e eu ben vos digo que é viv'e sano.
Ai Deus, e u é?

E eu ben vos digo que é san'e vivo
e seerá vosc'ant'o prazo saído.
Ai Deus, e u é?

E eu ben vos digo que é viv'e sano
e seerá vosc'ant'o prazo passado.
Ai Deus, e u é?

Dom Dinis (1261-1325)
Cancioneiro da Biblioteca Nacional 568

* botânica

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